quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Sua TV não mostrou



Sua TV não mostrou:
Fazendeiros mantiveram jornalistas estrangeiros em cárcere privado.
veja o vídeo

A fronteira agrícola avança, comendo a floresta pelas bordas.É uma notícia de grande interesse para o público brasileiro e mundial.
Mas...parem as máquinas.

Fazendeiros de Mato Grosso mantiveram jornalistas estrangeiros e ativistas do Greenpeace em cárcere privado na cidade de Juína e ninguém noticiou?
Cadê o Repórteres Sem Fronteiras?
Nada.
O Instituto Prensa y Sociedad, aquele que vigia o Hugo Chávez?
Nada.
Ah, entendi, proteger ESSES JORNALISTAS não interessa, né?
Eles fazem "proteção seletiva" de jornalistas, assim como existe a repercussão seletiva de capas.
E a Globo, especificamente, só noticia o que for contra quilombolas e ampliação ou demarcação de reservas indígenas.Só falta distribuir os mandamentos do TESTANDO HIPÓTESES em pedra.O vídeo que você não viu na TV brasileira está num daqueles blogs que o Estadão abomina:
http://www.escriba.org/novo/

Ou diretamente no You Tube:

http://br.youtube.com/watch?v=q9esNX7bzHYA

A imagem lá em cima, mostrando o avanço da agricultura sobre a floresta, foi feita pelo fotógrafo francês que fazia parte da expedição.As fotos estão aqui:

http://www.lejdd.fr/slide/rubrique/44/148/1525.html

O Greenpeace divulgou no site da entidade:

"O Greenpeace e a organização indigenista Opan (Operação Amazônia Nativa) pediram hoje ao Ministério Público Federal a apuração dos graves incidentes ocorridos há dois dias em Juína, no Mato Grosso, que resultaram na expulsão, por fazendeiros, de um grupo de representantes da Opan, ativistas do Greenpeace e dois jornalistas franceses.Entre os ambientalistas estava o coordenador do Greenpeace na Amazônia, Paulo Adario.Cópias de duas horas de imagens em vídeo documentando ameaças, ofensas e o processo de expulsão do grupo foram entregues agora à tarde ao Procurador Federal da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar.[...]"


"É inaceitável que fazendeiros, com o apoio de autoridades locais, cerceiem a liberdade que todo cidadão tem de ir e vir e revoguem a Lei de Imprensa, cassando o direito de jornalistas exercerem sua profissão com segurança".

O grupo do Greenpeace, da Opan e os jornalistas franceses foram expulsos por fazendeiros na segunda-feira pela manhã (20/08), depois de ser mantido durante toda a noite sob vigilância em um hotel da cidade. O grupo de nove pessoas estava de passagem por Juína e seguia em direção à terra indígena Enawene-Nawe.O objetivo da viagem era documentar áreas recém-desmatadas, além de mostrar a convivência de um povo indígena que vive de agricultura e pesca com a floresta e seu papel em preservar a biodiversidade.No final da tarde de domingo, fazendeiros abordaram integrantes das duas organizações no hotel onde estavam hospedados, querendo saber quem eram e o que estavam fazendo em Juína.A área onde está localizada a terra indígena está em disputa entre os Enawene Nawe e os fazendeiros e expressa o conflito da expansão agrícola sobre áreas protegidas e territórios de povos indígenas.[...]


Os fazendeiros, por sua vez, alegam que a terra é deles e estão dispostos a lutar para mantê-las.
Eles se mostraram muito irritados quando souberam que jornalistas integravam o grupo que estava no hotel.
Na manhã seguinte, o local foi cercado por dezenas de fazendeiros e o presidente da Câmara Municipal, vereador Francisco Pedroso, o Chicão (DEM), que exigiam esclarecimento sobre os objetivos dos visitantes.
O grupo foi levado à Câmara Municipal, onde uma sessão especial foi rapidamente organizada.Estavam presentes o prefeito da cidade, Hilton Campos (PR), o presidente da Câmara, o presidente da OAB, o presidente da Associação dos Produtores Rurais da região do Rio Preto (Aprurp), Aderval Bento, vários vereadores e mais de 50 fazendeiros. E também a polícia.
Durante seis horas, os fazendeiros e repetiram que a entrada do grupo na terra Enawene Nawe não seria permitida e que seria "perigoso" insistir na viagem.Esmurrando a mesa, o prefeito de Juína, Hilton Campos, afirmou que não iria permitir a ida do grupo para o Rio Preto, sendo aplaudido fervorosamente pelos colegas fazendeiros.

Para evitar maiores conflitos, a viagem foi cancelada.O grupo, então, se dirigiu ao local de encontro com os Enawene, uma ponte sobre o Rio Preto, a 60 km de distância, para dar a eles combustível e comida para a volta. A viagem foi feita sob escolta policial, para garantir a segurança dos jornalistas, da Opan e do Greenpeace.Mas nem isso evitou que os fazendeiros, que acompanharam a viagem de ida e volta em 8 oito caminhonetes lotadas, continuassem intimidando e ameaçando o grupo.O grupo se refugiou no hotel de onde não pôde sair nem para comer. Uma viatura da Polícia Militar ficou na área, para impedir qualquer tentativa de invasão, mas não conseguiu impedir que um fotógrafo fosse agredido.
Os fazendeiros fizeram uma vigília na frente do hotel durante toda a noite.


De manhã cedo, 30 caminhonetes lotadas de fazendeiros, com faróis acessos a buzinando sem parar, insultando e ameaçando o grupo, escoltaram o grupo, que estava protegido por duas viaturas policiais, até o aeroporto.Foram advertidos a decolar imediatamente, ou o avião seria queimado. No momento, todos se encontram em segurança em Cuiabá."


Leia o texto completo no site do Greenpeace:

http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/fazendeiros-e-pol-ticos-expuls

Foi noticiado pelo jornal britânico Guardian:

http://commentisfree.guardian.co.uk/


Publicado em 30 de agosto de 2007


terça-feira, 14 de agosto de 2007

50 anos da Revolta dos Colonos do Sudoeste do Estado

Meus queridos,
Domingo próximo, dia 19 de agosto, será realizada a 22ª Romaria da Terra.
Terei que percorrer uma grande distância de Curitiba até Francisco Beltrão mas, desde já, meu coração se alegra na esperança de me reencontrar com os agricultores de todo o Estado do Paraná nesta linda festa. Não dá para descrever a beleza e a alegria de uma Romaria da Terra, só mesmo estando lá.
Nédier
Romaria celebra Revolta dos Colonos

Os 50 anos da Revolta dos Colonos é o tema da 22ª Romaria da Terra do Paraná, que acontece no próximo dia 19, em Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado. As atividades irão reunir colonos e lideranças que se envolveram na Revolta de 1957, para compartilhar suas experiências com os cerca de 25 mil participantes esperados. Com o lema
“Na luta da terra fazemos mudança, conosco caminha o Deus da Aliança"
o objetivo da Romaria é refletir sobre a organização popular dos trabalhadores rurais do Brasil nos dias de hoje, como aponta o integrante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Jelson de Oliveira.
“A Romaria vai dar esse enfoque grande para os movimentos sociais do campo. A idéia é mostrar que os trabalhadores continuam organizados, as mesmas forças que queriam tomar as terras dos posseiros naquela época, continuam hoje expulsando o povo das suas terras”, denuncia.
Através do resgate da história da Revolta dos Colonos, a Romaria pretende mostrar que os pobres não são apenas vítimas do agronegócio, mas também são protagonistas na luta contra esse modelo. O governo da época tentou se apropriar das terras de camponeses e entregá-las às companhias colonizadoras, que iriam revender os títulos.Os agricultores, em sua maioria gaúchos que colonizaram a região Sudoeste, lutaram contra o governo e conseguiram permanecer na terra.
“Essa revolta é uma luta popular, eles trancaram várias cidades da região, em outubro de 1957, 5 mil colonos ocuparam a cidade de Francisco Beltrão e expulsaram de lá as chamadas companhias colonizadoras. Eram companhias que tinham conseguido do governo do Estado a possibilidade de vender os títulos de terra pros posseiros”,
declara.
A luta pela terra no Paraná ainda enfrenta vários desafios, com a expansão dos monocultivos de cana-de-açúcar, pínus e eucalipto, e o problema do trabalho escravo, que também será denunciado pela CPT.
“Temos atualmente no Paraná a expansão do agronegócio, de maneira especial, a cana e a madeira: como pinus e eucalipto. A beira de Curitiba está cercada por estas lavoura, com um custo ambiental e social enorme pra população. Já tivemos cinco casos de trabalho escravo, nos últimos dois anos, na beira de Curitiba, que são reflexo desse modelo de agricultura que vem sendo implantando no Estado” , denuncia.
No final da caminhada, ocorre uma celebração ecumênica, com a presença de pastores e padres. Ano passado, a Romaria aconteceu em Tamarana, no Norte do Paraná, uma das regiões mais pobres do Estado. Os 20 mil participantes denunciaram as conseqüências da expansão do agronegócio para o meio social.

Solange Engelmann
Agência Chasque

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

22ª ROMARIA DA TERRA SERÁ REALIZADA NO MUNICÍPIO DE FRANCISCO BELTRÃO

21ª Romaria da Terra em Tamarana/PR

D. Tomás Balduíno

22ª ROMARIA DA TERRA DO PARANÁ DEVE REUNIR 25 MIL EM FRANCISCO BELTRÃO

A Comissão Pastoral da Terra e as demais entidades organizadoras da 22ª Romaria da Terra do Paraná esperam reunir 25 mil pessoas no próximo dia 19 de agosto em Francisco Beltrão. O evento de cunho religioso organizado anualmente pela CPT tem como tema esse ano a celebração dos 50 anos da Revolta dos Colonos do Sudoeste e pretende refletir sobre a mobilização social do campo, com o lema Na luta da terra fazemos mudança, conosco caminha o Deus da Aliança!
Comunidades de todo o Paraná já receberam neste mês o cartaz e o texto-base da Romaria, com imagens e relatos da Revolta de 57 e das lutas do povo do campo nos dias atuais. Em Francisco Beltrão, os preparativos para a recepção dos romeiros já estão bastante adiantados e várias comunidades e organizações já se mobilizam para acolher os visitantes que passarão o dia em Francisco Beltrão.
PROGRAMAÇÃO DA ROMARIA
Inúmeras equipes de trabalho estão organizadas para garantir a segurança e a tranqüilidade do evento. Desde as cinco horas da manhã do dia 19 de agosto, um grupo de 60 jovens estará posicionado para fazer a recepção e acolhida dos romeiros que se dirigirão à Praça Central de Francisco Beltrão. Por volta das 6h as paróquias e comunidades da Diocese de Francisco Beltrão vão começar a servir café da manhã para os visitantes. Para isso estão coletando doações de pães, bolos, bolachas, café, margarina, geléias, etc.
Às 8h está programado a abertura oficial do evento, que vai contar com encenações, cantos, orações, apresentações e reflexão. A idéia dos organizadores é fazer uma memória das motivações e formas de organização que levaram à Revolta de 1957: para isso serão usados caminhões para transporte dos colonos, telões pintados com imagens das construções da época, além de vários símbolos e gestos. O objetivo é que os romeiros se sintam parte da mesma luta, a qual continua animando o povo nos dias de hoje. Por se tratar de uma celebração ecumênica, várias autoridades civis e religiosas participarão desse primeiro momento da Romaria.
Às 11h da manhã terá início a caminhada pelas ruas da cidade até o local de concentração final, onde haverá almoço e a festa e feira das sementes. Na parte da tarde a celebração pretende resgatar os resultados da luta dos colonos ontem e hoje, celebrada através do resgate das sementes. No final da celebração os romeiros partilharão alimentos produzidos na região, entre os quais polenta, batata doce, salame, torresmo e frutas. O encerramento da celebração está previsto para as 16h.
MAIORES INFORMAÇÕES: cpt@cpt.org.br ou www.cpt.org.br
Curitiba-Paraná-Brasil, 27 de junho de 2007.
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA DO PARANÁ