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Meus amigos,
Acabo de ler o excelente livro “Confissões de um Inconformista” e gostaria de recomendá-lo a todos vocês. Ele trata de um capítulo ainda recente da História do Brasil que, infelizmente, muitos jovens desconhecem e mesmo pessoas que viveram naqueles dias, por circunstâncias políticas e sociais, não tomaram conhecimento.
Não podemos esquecer estes tempos sombrios.
Devemos ter sempre em nossa memória a repressão, a violência e as injustiças que foram praticadas pela ditadura militar contra o nosso país e contra os brasileiros que lutaram pela Justiça e pela Liberdade.
Para apresentar Pedro Porfírio este grande jornalista, político e escritor vou usar as palavras que seu filho Vladimir escreveu na apresentação deste livro.
Eu não poderia, nem saberia fazer melhor.
Nédier
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"Aos 61 anos, quando este primeiro volume das memórias sai à luz, PEDRO PORFÍRIO mantém-se fiel aos seus sonhos de adolescente.
"Confissões de Um Inconformista" é, acima de tudo, o relato de uma existência que levou às últimas conseqüências o princípio da “prática como critério da verdade”.
O mergulho nas vidas do cidadão, do militante clandestino, do jornalista, do dramaturgo, do produtor teatral, do escritor, do líder político, do pai, do esposo ou mesmo do avô Pedro Porfírio, num só tempo, realizam o curso de uma existência orientada pela poesia de idéias quase sempre controvertidas.
Personalidade marcada pelo ímpeto libertário e pela franqueza emocional, Pedro Porfírio, como veremos, fez da sua vida uma constante sem variáveis contraditórias de comportamento. Se por um lado qualquer de seus colegas de redação do Correio da Manhã (anos 60) pode definir Pedro Porfírio como jornalista avesso às convenções, se pode também colher a mesma impressão entre os que viveram outras faces da sua trajetória.
Tão corajoso quanto às posições que defendeu na vida, Pedro Porfírio é um caso raro de desobediência que combina lucidez com irresponsabilidade.
O mergulho nas vidas do cidadão, do militante clandestino, do jornalista, do dramaturgo, do produtor teatral, do escritor, do líder político, do pai, do esposo ou mesmo do avô Pedro Porfírio, num só tempo, realizam o curso de uma existência orientada pela poesia de idéias quase sempre controvertidas.
Personalidade marcada pelo ímpeto libertário e pela franqueza emocional, Pedro Porfírio, como veremos, fez da sua vida uma constante sem variáveis contraditórias de comportamento. Se por um lado qualquer de seus colegas de redação do Correio da Manhã (anos 60) pode definir Pedro Porfírio como jornalista avesso às convenções, se pode também colher a mesma impressão entre os que viveram outras faces da sua trajetória.
Tão corajoso quanto às posições que defendeu na vida, Pedro Porfírio é um caso raro de desobediência que combina lucidez com irresponsabilidade.
Foi assim quando deixou o MDB para integrar o quixotesco exército de Leonel Brizola, ou quando acreditou que fosse possível, em plena ditadura militar, juntar no mesmo barco um ex-preso político e um General na construção da primeira associação de bairro do Brasil.
No primeiro caso a “irresponsabilidade eleitoral” foi capaz de produzir um fenômeno maior que o seu protagonista.
No outro episódio, não menos irresponsável, Pedro Porfírio fez da ALMA (Associação dos Moradores da Rua Lauro Muller a Adjacências) - e suas “irmãs” decorrentes - a primeira trincheira legalizada da sociedade civil organizada brasileira, durante os anos de arbítrio.
Dono de raciocínio prodigioso e assombroso poder de adaptação, Pedro Porfírio é uma expressão da sobrevivência criativa por onde passou. Quando a ditadura militar lhe impediu o exercício formal da profissão nas redações de jornais depois da passagem pelo cárcere, a adversidade fez surgir o inspirado divulgador dos espetáculos teatrais da inesquecível Fernanda Montenegro.
Dono de raciocínio prodigioso e assombroso poder de adaptação, Pedro Porfírio é uma expressão da sobrevivência criativa por onde passou. Quando a ditadura militar lhe impediu o exercício formal da profissão nas redações de jornais depois da passagem pelo cárcere, a adversidade fez surgir o inspirado divulgador dos espetáculos teatrais da inesquecível Fernanda Montenegro.
O mesmo divulgador inspirado fez surgir, por influência da mesma Fernanda, o não menos inspirado autor e produtor de espetáculos infantis. E neste caso, como seria presumível, não lhe bastava escrever, produzir, dirigir e divulgar peças infantis do tipo “Dona Baratinha”, sempre em cartaz nos teatros da zona sul do Rio de Janeiro nos finais de semana dos anos 70.
A inquietação do então novo homem de teatro preferiu correr o risco da sua revolução ao escrever conteúdo político para crianças, em produções que levaram o teatro infantil, ineditamente, para apresentações nos dias úteis em grandes teatros como o João Caetano, centro do Rio de Janeiro.
Como veremos, tudo é possível para um inconformista. Inclusive a presumível impossibilidade. E este foi o caso, por exemplo, do incontestável sucesso de bilheteria de o Bom Burguês, peça que escreveu e produziu para adultos, e que foi encenada pelo valente elenco de ilustres desconhecidos.
Como veremos, tudo é possível para um inconformista. Inclusive a presumível impossibilidade. E este foi o caso, por exemplo, do incontestável sucesso de bilheteria de o Bom Burguês, peça que escreveu e produziu para adultos, e que foi encenada pelo valente elenco de ilustres desconhecidos.
Capaz de fazer de inocentes peças infantis o instrumento de contestação política, a tenacidade criativa ou a qualidade do texto do autor de Confissões de um Inconformista, foi reconhecido por personalidades que, de diferentes matizes, quase sempre eram alvo de sua vocação contestadora. E isto inclui impressões colhidas por mim nestes anos junto a personalidades como o jornalista Helio Fernandes, o jornalista Helio Fernandes Filho, a professora e ex-deputada Sandra Cavalcanti, o ex-deputado Álvaro Valle (falecido), o ex-deputado Lizaneas Maciel (falecido), o lider da Liga camponesa e ex-deputado Francisco Juliao (falecido), o ex- governador e Prefeito Marcello Alencar, o jornalista Rui Xavier, o jornalista Elio Gaspari, a atriz Aracy Balabanian, o jornalista Ancelmo Gois, o antropólogo Ivan Proença, o antropólogo e ex-senador Darcy Ribeiro, entre tantos outros que, com seus comentários, fizeram envaidecer o coração de um filho apaixonado.
Referência natural para a formação do caráter de qualquer pessoa, a figura do pai, no meu caso, foi muito mais que o natural parâmetro crítico para a compreensão do mundo. Parte da vida de Pedro Porfírio há 38 anos, minha existência combinou cumplicidade e devoção pela figura de um homem que não lamenta o preço pago pelo vigor da sua integridade."
Vladimir Porfírio
Abaixo coloquei algumas fotos de Pedro Porfírio que foram “salvas”, já que em 1964 o seu álbum “desapareceu”. Elas também podem ser encontradas no seu site.
http://www.palanquelivre.com/
Referência natural para a formação do caráter de qualquer pessoa, a figura do pai, no meu caso, foi muito mais que o natural parâmetro crítico para a compreensão do mundo. Parte da vida de Pedro Porfírio há 38 anos, minha existência combinou cumplicidade e devoção pela figura de um homem que não lamenta o preço pago pelo vigor da sua integridade."
Vladimir Porfírio
Abaixo coloquei algumas fotos de Pedro Porfírio que foram “salvas”, já que em 1964 o seu álbum “desapareceu”. Elas também podem ser encontradas no seu site.
http://www.palanquelivre.com/
Em 1959, com 16 anos, líder estudantil, em audiência com o Ministro da Guerra, general Teixeira Lott
Em 1969, aos 26 anos, na prisão do Cemimar, na Ilha das Flores, onde fui torturado e apresentado como ligado a assaltantes de bancos. Na época era o diretor de redação da TRIBUNA DA IMPRENSA
Fora das redações, tornei-me teatrólogo e ganhei o Troféu Mambembe, escolhido pela crítica carioca, com O BOM BURGUÊS, dirigido por Luiz Mendonça, na foto. Ao todo, Porfírio teve 8 peças encenadas de 1973 a 1982.
"Exilado no próprio país", Porfírio conseguiu uma vaga numa revista de tv e foi ser diretor da Central Bloch de Fotonovelas (funções que não "ameaçavam" o regime).
Com a volta de Brizola do exílio, ajudei a fundar o PDT, partido ao qual fui filiado, e pelo qual ocupei vários cargos públicos e tive três mandatos de vereador.
Em 1969, aos 26 anos, na prisão do Cemimar, na Ilha das Flores, onde fui torturado e apresentado como ligado a assaltantes de bancos. Na época era o diretor de redação da TRIBUNA DA IMPRENSA
Fora das redações, tornei-me teatrólogo e ganhei o Troféu Mambembe, escolhido pela crítica carioca, com O BOM BURGUÊS, dirigido por Luiz Mendonça, na foto. Ao todo, Porfírio teve 8 peças encenadas de 1973 a 1982.
"Exilado no próprio país", Porfírio conseguiu uma vaga numa revista de tv e foi ser diretor da Central Bloch de Fotonovelas (funções que não "ameaçavam" o regime).
Com a volta de Brizola do exílio, ajudei a fundar o PDT, partido ao qual fui filiado, e pelo qual ocupei vários cargos públicos e tive três mandatos de vereador.
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Apesar de suas sucessivas derrotas e do esvaziamento do PDT, Porfírio ficou com Brizola.
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Para receber o livro Confissões de um Inconformista volume I, faça o pedido pelo e-mail porfirio@palanquelivre.com
Preço: R$ 25,00 - mais despesas de correio.