sábado, 30 de maio de 2009

Repreendida

"Repreendida"
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Quadro do pintor Guido Viaro
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Sobre a maternidade e a culpa.


Ontem atribuí a alguns acidentes que têm me ocorrido ultimamente a uma autopunição por me sentir culpada.
A minha filha psicóloga achou que era por ai e fiquei por ai refletindo sobre o assunto.
Não nascemos com uma bula.
Somos tratados desde o início como algo a ser testado, isso se quem nos pariu e nos cuidou tiver alguma consciência de que somos um tipo de massa que pode ser moldada. Não totalmente, porque geneticamente nascemos com uma massa que pela sua consistência e textura só se adapta a um tipo de moldagem. Podem até moldar o que quiserem, mas quando for para o forno, se não for a massa adequada, quebra.
Eu adoro trabalhar com barro, faço lindas virgens que não quebram.
A minha amiga e professora de escultura no barro é uma quase puritana que só faz estátuas eróticas. São premiadas.

Sempre tive um compromisso de “fazer o bem sem olhar a quem” e esta atitude me rendeu algmas decepções.
Não que eu esperasse um muito obrigado, mas nunca imaginei que uma grande parte das pessoas a quem ajudei a ponto de me privar do que deveria ser meu, alimentassem uma hostilidade contra mim porque se sentiram inferiorizadas pela ajuda e pelo apoio.

E os filhos?
Aprendemos a ser mães – sendo...
Fiz o que pude, o que achava certo. Os filhos nos fazem mudar as nossas auto referências. A maioria das mães deixam de ser o centro de suas vidas e passam a ignorar suas carências para suprir as, daqueles pequenos seres que emergiram de seus corpos.

Será um erro?
Alguém disse que os pais são o arco e os filhos as flechas remetidas pra Vida.
As mães querem ajudar a “flecha”.
Querem que tomem o rumo que elas acham que é o mais seguro.
Tentei não ser assim, pois observei em outras mães que era desastroso. Deixei que fossem, mas meu coração foi junto.
- Será que errei de propósito, se tentava sempre acertar ?
- Será mesmo que tento me punir ?
- Porque me cobro tantas atitudes que tomei e tantas outras que não tomei quando as minhas intenções eram as melhores?
- Seria simplista demais responder: porque sou mãe.?
Não sei.
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Nédier

Um caminho é apenas um caminho...

Foto: Alberto Calheiros
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“Você deve ter sempre em mente que um caminho é apenas um caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele em nenhuma circunstância... qualquer caminho é apenas um caminho, e não existe nenhuma afronta a você mesmo ou aos outros em largá-lo, se é isso que sua cabeça lhe diz para fazer.
Mas sua decisão de permanecer num caminho ou larga-lo deve ser livre de medo e ambição.
Essa é uma advertência que lhe faço!
Observe cada caminho cuidadosa e deliberadamente.
Experimente-o quantas vezes achar necessário.
Então faça a si próprio, somente a você, uma pergunta:
- Esse caminho tem um significado?
Todos os caminhos são os mesmos, conduzem ao nada.
São caminhos que vão através do mato.
A questão é se esse caminho tem um significado.
Se o tiver, é um bom caminho; se não, não tem utilidade.
Ambos os caminhos levam ao nada, mas um tem significado e o outro não.
Um leva a uma caminhada alegre; enquanto estiver nele, estará bem.
O outro fará com que amaldiçoe sua vida.
Um o faz ficar forte, o outro o enfraquece.”
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(Carlos Castañeda, A Erva do Diabo)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Não ecológica

Surgi, sem planos
e sem sonhos
plantinha dependente
da luz do sol,
das águas,
das nascentes...

Um chão seco
é sede e fome
água demais
e repentina,
tira-me o ar,
me afoga
me consome

pela falta de amor
dos que acham
normal
pensar só em si,
no aqui
e no agora
as plantas não terminam
seu ciclo
e interrompem
o ciclo natural
da Vida
Quando meu ciclo
acabar
ou for interrompido
eu queria que restasse
deste meu inconformismo
uma sementinha qualquer
e que ela enfrentasse o sol,
as chuvas impiedosas
e se tornasse uma grande
e poderosa muher.

Nédier

24/05/09

É urgente fazermos um mutirão para debatera crise ou vamos continuar acreditando em falácias...

Eu e João Pedro Stédile
Foto tirada, a meu pedido, durante o Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio.
maio/2001 - Curitiba
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É URGENTE FAZERMOS UM MUTIRÃO PARA DEBATER A CRISE
Por João Pedro Stedile
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1. A sociedade brasileira continua anestesiada em relação ao verdadeiro problema da crise.
A imprensa burguesa tem passado a idéia de que:
a) A crise é cíclica, normal no capitalismo, portanto, logo sairemos dela.
b) A crise é um fato natural, e portanto atinge a todos, devemos nos conformar.
c) A crise não tem culpados. Ela aconteceu e pronto!
d) O governo está certo quando ajuda as empresas para elas darem empregos.
e) O Brasil é um país protegido por Deus e pelo presidente do Banco Central, Sr. Meirelles, e, portanto, a crise aqui terá pouco efeito.Tudo isso não passa de falácias.

2. O governo brasileiro tem atendido a todas as demandas dos capitalistas.

Os banqueiros puderam reduzir a transferência ao Banco Central dos depósitos à vista, ou seja, um reforço de caixa de 180 bilhões de reais com os quais compraram títulos do governo, recebendo 11% de juros.

Os setores industriais terão um reforço de 100 bilhões de reais na caixa do BNDES, retirados do orçamento da União.

As vinte maiores agroindústrias, a Sadia, Perdigão, alguns frigoríficos estrangeiros, receberam 12 bilhões reais para capital de giro.

Os capitalistas do agronegócio, os mesmos que diziam sustentar o Brasil e retiravam dos bancos 70 bilhões de reais como crédito rural, exigiram 150 bilhões, e já botaram na rua 280 mil assalariados rurais. O governo tem acenado com “apenas” mais 98 bilhões.

A segunda preocupação do governo é não contaminar a disputa eleitoral e a terceira é evitar que o clima de crise gere um sentimento de desânimo, com conseqüências incontroláveis. Por tudo isso, está evitando o debate sobre a crise na sociedade.

3. Os partidos políticos já estão em plena campanha eleitoral. Nem querem ouvir falar em crise.

4. Diante desse quadro é urgente que as centrais sindicais, os movimentos sociais e as pastorais sociais, comecemos imediatamente um verdadeiro mutirão na sociedade, para debater a crise.

Essa crise não é cíclica, é estrutural do capitalismo e será prolongada e profunda. E coloca em xeque os padrões atuais de consumo e os recursos naturais, o equilíbrio do meio ambiente.

Nas crises anteriores cerca de 80% da humanidade viviam no meio rural, e tinham melhores condições de resistir à crise do capitalismo industrial.

Agora 80% da humanidade vivem nas cidades. Daí a necessidade de debater políticas publicas que garantam a manutenção das mínimas condições de vida do povo das cidades.

João Pedro Stedile é membro da coordenação nacional do MST e da Via Campesina Brasil

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Carta do pai de um dos estudantes assassinados pelo Deputado Fernando Carli filho ...do Prefeito de Guarapuava

Fernando Ribas Carli Filho...do prefeito de Guarapuava

Único sobrevivente do acidente que matou dois jovens na madrugada de quinta-feira passada, o deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho (PSB), 26 anos, foi multado 30 vezes nos últimos seis anos e acumula 130 pontos na carteira de motorista. Do total, 23 foram por excesso de velocidade – seis delas a menos de dois quilômetros do local da batida. Como o parlamentar não recorreu de sete infrações, ele teve a habilitação cassada e não poderia dirigir desde julho do ano passado.
De acordo com o que determina o Código de Trânsito Brasileiro, três multas foram consideradas gravíssimas, já que o deputado excedeu em mais de 50% a velocidade permitida – apenas uma infração desse tipo implica automaticamente a suspensão da carteira de motorista. No dia 28 de setembro do ano passado, Carli Filho foi multado quatro vezes por excesso de velocidade em pouco mais de duas horas. Em agosto de 2007, ele já havia recebido duas multas pelo mesmo motivo em menos de 40 minutos e, em novembro de 2008, também ultrapassou o limite máximo permitido duas vezes
no Do jornal Gazeta do Povo, em reportagem de Euclides Lucas Garcia


Gilmar Rafael Souza Yared estava com visto para estudar na Austrália
Carta escrita por Gilmar Yared pai de uma das vítimas do acidente, causado pelo Deputado Fernando Carli.

Olá queridos amigos!
Vocês não imaginam a importância de ter amigos. Neste momento de muita dor, onde a tristeza tomou conta de minha alma, onde a vontade de viver dá lugar a de morrer, receber as muitas mensagens através de telefonemas, e-mails, tem sido um refrigério.
Ontem a equipe da TV Paranaense esteve em minha casa, gravamos uma matéria que revelava bem a nossa indignação. Mas infelizmente cortaram e colocaram apenas o que não poderia repercutir, ou seja, nada, comparado ao que falamos. Vejo o Poder Publico sendo colocado à disposição do deputado para diminuir as evidências deste crime.
No posto de gasolina onde praticamente tudo começou, o frentista revelou que no dia seguinte, quando nós chorávamos a morte do meu filho, os advogados do deputado já estavam trabalhando, recolhendo evidencias. Conversando com o frentista, o mesmo comentou que ouvindo a conversa deles, afirmavam que o deputado estava embriagado. No Hospital Evangélico enfermeiros comentam que foi encontrado cocaína em seu sangue e tudo sendo escondido pelas autoridades, médicos e imprensa. Porque tanta impunidade?

190 km por hora foi quando foi cravado o velocímetro e o delegado responsável pelo caso, desmentindo as primeiras informações oficiais, revelou que o velocímetro estava em zero. Que poder é este que destroi a familia? O poder político não é maior que o poder de Deus e não pode estar acima do bem e do mal.
Meu irmão, apresentador da TV Educativa, foi afastado de seu programa.
Na CBN colegas jornalistas estão indignados com o cerceamento de informações. Autoridades de nosso estado, com certeza vocês fizeram um pacto e não foi com Deus. Imagino que haja pessoas decentes que irão reverter este quadro. Sei que tudo irá passar e que enfrentarei muitos desafios a partir de agora. Peço a Deus que nos dê forças e nos proteja.
Amigos, poderia estar acontecendo com qualquer um de você. Fui escolhido para suportar tamanha dor, acompanhado desta grande injustiça.
Obrigado pelas homenagens ao meu filho.
Nesta quinta, na Igreja do Balão, no Alto da XV, estaremos realizando um culto em memória ao Gilmarzinho às 20:00.

Um beijo a todos queridos amigos,

Gilmar

Detalhes do acidente, ou melhor do crime.

carro dos estudantes


carro do "deputado"

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Atlético Paranaense Campeão 2009 ou Todo torcedor é um ser ridículo

Campeã da garagem!!

Comemorei sozinha o título de campeã, passeando pela Avenida Atlântica de Caiobá nestes trajes ridículos.

Uma alegria solitária e...ridícula.

Ninguém sabia do que se tratava.

Os atleticanos e coxas-brancas estavam em Curitiba assistindo o final do campeonato.

Os gatos pingados que restaram neste glorioso domingo anoitecente ou não acompanhavam o campeonato paranaense ou eram de outras cidades brasileiras.

Ah!! Tinham também os argentinos pensando, com certeza, que eu era uma destas velhas loucas e folclóricas que existem em todas as cidades.

Não estavam muito longe da verdade.

Estas fotos minhas foram tiradas na garagem, pelo caseiro do prédio onde moro.

Eu estava meio enrolada na bandeira gigantesca que está pendurada na varanda do meu apartamento, no quarto andar e que aparece na última foto

O importante é sentir, por instantes, a ilusão de que se é campeã de alguma coisa!


- Viva o meu bem-amado Furacão, campeão paranaense de futebol, que me obrigou passar por este mico por vontade própria e um pouquinho de uísque

Um abraço,Nédier


sábado, 9 de maio de 2009

Para os meus filhos: Fabrício, Ana Paula e Ricardo

Eu falo da vida ...

Lya Luft

in “ O Rio do meio ”

“Traz dentro de si uma nova pessoa :
sabe que não é mais a mesma, nada é como antes .
Tonta dessa nova sensação, quer ser forte como um exército para defender a criaturinha, plena de amores para a cercar, mas vai descobrir que este novo destino não lhe pertence .

A cada gravidez esse impacto será como o primeiro, sempre novo .
A maternidade, contraditória como tudo o mais, é a um só tempo plenitude e privação, orgulho e insegurança.
Junto com o filho gestamos dúvidas :
dar a vida será dar a essa criança sua individualidade, suas derrotas e conquistas. E muito pouco disso poderemos vigiar .
Cada filho rasga em nosso flanco uma ferida por onde entram dores e alegrias, e não seremos mais donas de nós.
Mesmo quando esse bebê já for uma mulher serena ou um sólido homem com sua própria família e sua profissão, continuaremos - ainda que disfarçando - atentas, aprendendo que amar é tantas vezes um mergulho cego .”

Duas fotos de Sebastião Salgado. A paz que eu não quero

"A minha alma tá armada e apontada para a cara do sossego

Pois paz sem voz
paz sem voz
Não é paz é medo"
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"A Paz que eu não quero"
Marcelo Yuka

domingo, 3 de maio de 2009

MENSAGEM DO MST A AUGUSTO BOAL, POR SUA VIAGEM INESPERADA.

A ti sempre estimaremos por nos ter ensinado que só aprende quem ensina.
Aprendemos contigo que os bons combatentes se forjam na luta.
Faleceu no Rio, na madrugada deste sábado, 02.05.02, o dramaturgo Ivo Boal - fundador do Teatro do Oprimido. Ele tinha 78 anos, lutava contra a Leucemia e estava internado desde 28/04
Foto: Marcos D"Paula

Companheiro Boal,

A ti sempre estimaremos por nos ter ensinado que só aprende quem ensina. Tua luta, tua consciência política, tua solidariedade com a classe trabalhadora é mais que exemplo para nós, companheiro, é uma obra didática, como tantas que escreveu. Aprendemos contigo que os bons combatentes se forjam na luta.

Quando ingressou no coletivo do Teatro de Arena, soube dar expressão combativa ao anseio daqueles que queriam dar a ver o Brasil popular, o povo brasileiro. Sem temor, nacionalizou obras universais, formou dramaturgos e atores, e escreveu algumas das peças mais críticas de nosso teatro, como Revolução na América do Sul (1961). Colaborou com a criação e expansão pelo Brasil dos Centros Populares de Cultura (CPC), e as ações do Movimento de Cultura Popular (MCP), em Pernambuco.

Mostrou para a classe trabalhadora que o teatro pode ser uma arma revolucionária a serviço da emancipação humana.

Aprendeu, no contato direto com os combatentes das Ligas Camponesas, que só o teatro não faz revolução,. Quantas vezes contou nos teus livros e em nossos encontros de teu aprendizado com Virgílio, o líder camponês que te fez observar que na luta de classes todos tem que correr o mesmo risco.

Generoso, expôs sempre por meio dos relatos de suas histórias, seu método de aprendizado: aprender com os obstáculos, criar na dificuldade, sem jamais parar a luta.

Na ditadura, foi preso, torturado e exilado. No contra-ataque, desenvolveu o Teatro do Oprimido, com diversas táticas de combate e educação por meio do teatro, que hoje fazemos uso em nossas escolas do campo, em nossos acampamentos e assentamentos, e no trabalho de formação política que desenvolvemos com as comunidades de periferia urbana.

Poucas pessoas no Brasil atravessaram décadas a fio sem mudar de posição política, sem abrandar o discurso, sem fazer concessões, sem jogar na lata de lixo da história a experiência revolucionária que se forjou no teatro brasileiro até seu esmagamento pela burguesia nacional e os militares, com o golpe militar de 1964.

Aprendemos contigo que podemos nos divertir e aprender ao mesmo tempo, que podemos fazer política enquanto fazemos teatro, e fazer teatro enquanto fazemos política.

Poucos artistas souberam evitar o poder sedutor dos monopólios da mídia, mesmo quando passaram por dificuldades financeiras. Você, companheiro, não se vergou, não se vendeu, não se calou.

Aprendemos contigo que um revolucionário deve lutar contra todas, absolutamente todas as formas de opressão. Contemporâneo de Che Guevara, soube como ninguém multiplicar o legado de que é preciso se indignar contra todo tipo de injustiça.

Poucos atacaram com tanta radicalidade as criminosas leis de incentivo fiscal para o financiamento da cultura brasileira. Você, companheiro, não se deixou seduzir pelos privilégios dos artistas renomados. Nos ensinou a mirar nos alvos certeiros.

Incansável, meio século depois de teus primeiros combates, propôs ao MST a formação de multiplicadores teatrais em nosso meio. Em 2001 criamos contigo, e com os demais companheiros e companheiras do Centro do Teatro do Oprimido, a Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré. Você que na década de 1960 aprendeu com Virgílio que não basta o teatro dizer ao povo o que fazer, soube transferir os meios de produção da linguagem teatral para que nós, camponeses, façamos nosso próprio teatro, e por meio dele discutir nossos problemas e formular estratégias coletivas para a transformação social.

Nós, trabalhadoras e trabalhadores rurais sem terra de todo o Brasil, como parte dos seres humanos oprimidos pelo sistema que você e nós tanto combatemos, lhes rendemos homenagem, e reforçamos o compromisso de seguir combatendo em todas as trincheiras. No que depender de nós, tua vida e tua luta não será esquecida e transformada em mercadoria.

O teatro mundial perde um mestre, o Brasil perde um lutador, e o MST um companheiro. Nos solidarizamos com a família nesse momento difícil, e com todos e todas praticantes de Teatro do Oprimido no mundo.

Dos companheiros e companheiras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
02 de maio de 2009


sábado, 2 de maio de 2009

Olhos nos olhos / feita para o Ode e postada para Rosane Coelho


Eu vejo

Olhar é troca
e teus olhos
não trocam
olhares
com os meus

Olho pra você
e só almejo
O teu olhar
no meu.

Meu olhar mendigo
abriga sonhos
e só pede o abrigo
De um pequeno, leve
e passageiro
olhar
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Nédier

Meus amigos,

Todos vocês sabem que em minha opinião a Rosane Coelho, além de psicanalista, é a melhor poetisa brasileira da atualidade.

Às vezes mando-lhe umas poesias que faço - sem nenhuma qualidade literária - e proíbo-a mostrar para outras pessoas.

A "poesia" postada acima, eu lhe mandei com a seguinte recomendação:

Se mostrar pra alguém te mato. Dá pra fazer uma poesia ou um poetrix com este tema? Escrevi isso ai pensando no Ode. A foto eu tirei de mim mesma.

Ela me respondeu, entre outras, com as lindas palavras que transcrevo abaixo.

"Nédier

Seu "olhar mendigo" é uma das coisas mais lindas e verdadeiras que já li. Pode recolher as armas: não vou divulgar seu poema, mesmo considerando o quanto me tocou e a intensidade de seu significado. Mas, pense melhor... Poste no blog. Quem te lê, te ama; e porque te ama tem o direito de conhecer esse olhar...Você conseguiu, na sua poesia, dar nome ao olhar que anseia por aprovação; que aguarda, no olhar-resposta do outro, o acolhimento de suas dores. Foi essa troca de olhares que Freud aboliu da relação entre psicanalista e paciente, com a adoção do divã e a poltrona atrás da cabeça do paciente. Muitos saem da sessão com torcicolo, de tanto buscar a aprovação ou desaprovação no olhar inatingível do psicanalista. Posição bastante prepotente, sob a minha ótica... (rs...)Publica o olhar... Divulga essa persona (rs...). Quando postar no blog, avisa pra eu ver como ficou.

Rosane Coelho"

Esta postagem é em homenagem à Rosane Coelho e em sua obediência...rs...

Um abraço,

Nédier

Em tempo: Ode é meu marido, perguntei-lhe se podia contar que fora ele o muso inspirador desta minha "queixa-poética", ele leu, e disse que sim. Ah! me deu um olharzinho. Valeu!

Em tempo 2: Leiam a Rosane: http://www.rosanecoelho.prosaeverso.net/index.php