domingo, 20 de setembro de 2009

Cartaz com Poema de D. Pedro sobre o Latifúndio

"Não tão conhecido como mereceria, há no Brasil um santo e herói:
Pedro María Casaldáliga.
Santo por sua fidelidade radical (no sentido etimológico de ir às raízes) ao Evangelho, e herói pelos riscos de vida enfrentados e as adversidades sofridas. "

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Confissões do Latifúndio - Pedro Casaldáliga






Confissões do Latinfúndio

Pedro Casaldáliga
(Bispo Jubilado de São Felix do Araguaia, MT)


Por onde passei,
plantei
a cerca farpada,
plantei a queimada.


Por onde passei,
plantei
a morte matada.


Por onde passei,
matei
a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...


Por onde passei,
tendo tudo em lei,
eu plantei o nada.




sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de Setembro uma homenagem a Allende e ao Povo do Chile





Para homenahear a ALLENDE E O POVO DO CHILE.


este belo poema de Mario Benedetti:

"ALLENDE"


Para matar al hombre de la paz
para golpear su frente limpia de pesadillas
tuvieron que convertirse en pesadilla,
para vencer al hombre de la paz
tuvieron que congregar todos los odios
y además los aviones y los tanques,
para batir al hombre de la paz
tuvieron que bombardearlo hacerlo llama,
porque el hombre de la paz era una fortaleza



Para matar al hombre de la paz
tuvieron que desatar la guerra turbia,
para vencer al hombre de la paz
y acallar su voz modesta y taladrante
tuvieron que empujar el terror hasta el abismo
y matar mas para seguir matando,
para batir al hombre de la paz
tuvieron que asesinarlo muchas veces
porque el hombre de la paz era una fortaleza,


Para matar al hombre de la paz
tuvieron que imaginar que era una tropa,
una armada, una hueste, una brigada,
tuvieron que creer que era otro ejercito,
pero el hombre de la paz era tan solo un pueblo
y tenia en sus manos un fusil y un mandato
y eran necesarios mas tanques mas rencores
mas bombas mas aviones mas oprobios
porque el hombre de la paz era una fortaleza


Para matar al hombre de la paz
para golpear su frente limpia de pesadillas
tuvieron que convertirse en pesadilla,
para vencer al hombre de la paz
tuvieron que afiliarse siempre a la muerte
matar y matar mas para seguir matando
y condenarse a la blindada soledad,
para matar al hombre que era un pueblo
tuvieron que quedarse sin el pueblo.
.
.
11 de setembro de 1973


Compatriotas: Esta será seguramente a última oportunidade em que poderei dirigir-me a vocês. A aviação bombardeou as antenas de Radio Portales e Radio Corporación. Minhas palavras não têm amargura, mas decepção, e elas serão o castigo moral para os que traíram o juramento feito: soldados de Chile, comandantes-em-chefe titulares e mais o almirante Merino, que se autodesignou, e o señor Mendoza, esse general rasteiro, que ontem me manifestara sua fidelidade e lealdade ao governo.


"Frente a estes fatos, só me cabe dizer aos trabalhadores: não vou renunciar!"Colocado neste transe histórico, pagarei com minha vida a lealdade do povo, e digo-lhes que tenho certeza que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos não poderá ser apagada definitivamente. Eles têm a força, mas não se detêm processos sociais pelo crime e pela força.


A História é nossa, ela é feita pelos povos."Me dirijo ao homem chileno, operário, camponês, intelectual, àqueles que serão perseguidos porque em nosso país o fascismo já se faz presente há algum tempo em atentados terroristas, sabotagens de estradas de ferro e pontes, oleodutos e gasodutos."Frente ao silêncio dos que tinham a obrigação – interrupção momentânea da transmissão de Radio Magallanes - ...a que estavam submetidos.


A História os julgará."Seguramente, Radio Magallanes será calada e o metal tranqüilo da minha voz não chegará mais a vocês..."Não importa ... Não importa, vocês seguirão me ouvindo, estarei sempre junto de vocês, pelo menos minha lembrança será de um homem digno, leal à lealdade dos trabalhadores."O povo deve se defender, mas não se sacrificar. Não deve deixar-se arrasar nem crivar de balas, mas tampouco pode se deixar humilhar.


"Trabalhadores da minha pátria: tenho fé no Chile e no seu destino. Este momento cinzento e amargo, onde a traição pretende se impor, será superado. Sigam sabendo que muito mais cedo do que tarde de novo se abrirão as grandes avenidas por onde passará o homem [livre] digno que quer construir uma sociedade melhor..."


Viva Chile, viva o povo, vivam os trabalhadores... Estas são minhas últimas palavras ... Tenho certeza de que meu sacrifício não será em vão, tenho certeza de que pelo menos será uma lição moral que castigará a felonia, a covardia e a traição..."
Fonte: bahcaroco
Foto: Getty

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Assentamento do MST no Paraná produz e exporta cachaça para a Europa


Olá querida Nédier!
Tudo bem com você? Espero que sim
Estou te enviando uma reportagem fresquinha sobre a COPAVI.
Um forte abraço e se possível divulgue, o site é http://g1.globo.com/

Beijos
com carinho
Dani
A linda Dani
Queridos amigos,
Recebi o e-mail acima da Daniela Calza, uma filha no meu coração.
A família Calza é a minha família no MST.
Brincando com duas das irmãs da Dani, que dormiram juntas para me ceder uma cama.
Almoçando com os Calza

A Copavi/assentamento/cooperativa é o Brasil dos meus sonhos.
A Copavi fica em Paranacity, onde vou quando posso para matar as saudades e aprender lições de civilidade, trabalho e coragem.
A Dani me avisou que a "minha" Copavi foi assunto de uma reportagem no Portal de Notícias da Globo, mas não me contou que as fotos da reportagem eram dela.
Estou muito orgulhosa da minha gente, da minha Dani e gostaria que vocês lessem a reportagem e entendessem o porquê do meu orgulho.
Nédier


02/09/09 - 07h30 - Atualizado em 02/09/09 - 07h30
Assentamento do MST no Paraná produz e exporta cachaça para a Europa

Cooperativa fatura até R$ 50 mil por ano só com a venda do produto.Comunidade é considerada modelo pelo Incra.

Luciana Rossetto Do G1, em São Paulo
.
Assentamento fatura entre R$ 40 mil e R$ 50 mil só com venda de cachaça
(Foto: Daniela Calza/Divulgação/MST)

Acabou o tempo em que o único objetivo dos sem-terra era o cultivo destinado somente à subsistência. Hoje, de olho no mercado, famílias de um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) investem na produção agroecológica e exploram até potencial de exportação de seus produtos.
É o caso da cachaça da marca Camponesa, que é produzida no Assentamento Santa Maria, em Paranacity (PR), onde vivem 21 famílias – cerca de 70 pessoas - que formam a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Ltda (Copavi). Parte da produção anual de 10 mil litros da cachaça é exportada para a França, além de ser vendida também em todo o Brasil.
Valmir Stronzake, membro do Conselho Administrativo do Assentamento Santa Maria, explica que a fabricação de cachaça começou em meados de 2002 e foi legalizada em 2005. Só com a cachaça, o assentamento fatura em média entre R$ 40 mil e R$ 50 mil ao ano.
“Primeiro, nós começamos a fazer açúcar mascavo, mas as famílias de alguns trabalhadores daqui tiveram experiência em produzir cachaça no passado, então nós adaptamos um alambique e depois fomos fazendo melhorias aos poucos”, diz Stronzake.
Por cada garrafa de cachaça vendida no Brasil, o assentamento recebe R$ 4,50. O produto para exportação rende R$ 6,00. “Esse é o valor que recebemos sem impostos, que gira em torno de 40% a mais no preço. O imposto é muito alto.”

Cada família tem sua própria casa, com energia elétrica e água encanada
(Foto: Daniela Calza/Divulgação/MST)

Stronzake conta que a Copavi também é dona da marca Liberação, que é autorizada somente para exportação. Eles pararam de produzir essa cachaça, que teve a produção vendida apenas duas vezes para a Espanha. “Vendíamos para uma associação, mas já em 2007 eles estavam com dificuldades financeiras e o problema se agravou com a crise no ano passado. No ano que vem, vamos voltar a conversar. Talvez a gente volte a vender”, afirma.

Além da cachaça, a Copavi vende o açúcar mascavo e o melado de cana para outras regiões do país. “Para vendermos em outros lugares, nós entramos em contato com compradores de açúcar mascavo por telefone, pela internet. Participamos de feiras para fazer divulgação e, assim, vamos aumentando o número de compradores.”

A cooperativa produz cerca de 600 litros de leite por dia, que é utilizado também para a fabricação de iogurtes. Segundo Stronzake, entre 13% e 20% da produção são destinados ao consumo interno e o resto é distribuído para comerciantes da região de Paranacity.

O grupo também produz uma variedade grande de hortaliças e legumes, mas a maior parte é usada na alimentação das próprias famílias.
De acordo com o no Paraná, assentamento Santa Maria é considerado modelo
(Foto: Daniela Calza/Divulgação/MST)


Todas as hortaliças e legumes cultivados no assentamento são produzidos de modo agroecológico, sem uso de adubos químicos, agrotóxicos ou transgênicos. Apenas a produção de leite não é totalmente agroecológica, porque são usados medicamentos feitos em laboratório para tratar o gado.
Assentamento modelo
O assentamento Santa Maria foi criado há 16 anos e tem 230 hectares. Do total, 150 hectares são usados para a produção agropecuária. O resto abriga mata nativa e as moradias.
As famílias do assentamento Santa Maria dividem mais do que apenas o trabalho e a expectativa em relação às vendas dos produtos. Todo o modo de vida das famílias no local tem como base fundamental a produção coletiva, o que faz o assentamento ser considerado modelo, de acordo com Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná.
O faturamento total de cada família que vive no assentamento Santa Maria gira em torno de R$ 900 por mês. Isso depois de descontado o que cada família consome e também considerada a contribuição de cada uma na produção.
“Como é um sistema coletivo, tudo o que produzimos tem um custo, então, após a venda, temos que pagar esses custos. Outra parte vai para pagar os financiamentos do Governo Federal e investimentos nos meios de produção. O que sobra, distribuímos de acordo com quanto cada família trabalhou para ajudar a produzir”, diz

Cada família tem sua própria casa, com energia elétrica e água encanada. Mas o diferencial é a cozinha comunitária, onde de segunda a sexta-feira são servidos café da manhã e almoço. “Nós implantamos uma cozinha comunitária depois que percebemos que as mulheres passavam muito tempo em casa para preparar as refeições. Elas também queriam participar da vida produtiva e das decisões da cooperativa”, diz.
Atualmente, uma mulher e um homem trabalham na cozinha.“Foi bom para padronizarmos a alimentação das pessoas que vivem no assentamento com uma refeição balanceada e de qualidade. Além disso, ajudamos as mulheres, que agora não trabalham tanto em casa e têm mais tempo para contribuírem nas atividades do assentamento.Com o tempo, fomos melhorando. Agora, já temos até uma padaria”.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Definições

Eu e minha neta Clara, em Valência/Espanha
Netos: É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los



Algumas definições belíssimas retiradas do livro
“ O homem que veio da sombra"
de Luiz Gonzaga Pinheiro
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Amor ao próximo: É quando o estranho passa a ser o amigo que ainda não abraçamos.

Adeus: É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica.

Amigo: É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta.

Ciúme: É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo.
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Caridade: É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte.
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Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo
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Cordialidade: É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo da maneira que a tratamos.
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Doutrinação: É quando a gente conversa com o Espírito colocando o coração em cada palavra.
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Entendimento: É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente e a gente estando apressado não reclama.

Evolução: É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás.

Fé: É quando a gente diz que vai escalar um Everest e o coração já o considera feito.

Filhos: É quando Deus entrega uma jóia em nossa mão e recomenda cuidá-la

Fome: É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia.

Inimizade: É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante.

Inveja: É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro.

Lágrima: É quando o coração pede aos olhos que falem por ele.

Lealdade: É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama.

Mágoa: É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar.

Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser.

Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade.

Obsessor: É quando o Espírito adoece,manda embora a compaixão e convida a vingança para morar com ele.

Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia.

Orgulho: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante.

Paz: É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever.

Perdão: É uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamais a teria.

Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz.

Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.

Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece.

Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz.

Saudade: É estando longe, sentir vontade de voar, e estando perto, querer parar o tempo.

Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio.

Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho.

Solidão: É quando estamos cercado por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto.

Supérfluo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro.

Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas.

Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.