Olá querida Nédier!
Tudo bem com você? Espero que sim
Estou te enviando uma reportagem fresquinha sobre a COPAVI.
Queridos amigos,
Recebi o e-mail acima da Daniela Calza, uma filha no meu coração.
A família Calza é a minha família no MST.
A família Calza é a minha família no MST.
Brincando com duas das irmãs da Dani, que dormiram juntas para me ceder uma cama.
02/09/09 - 07h30 - Atualizado em 02/09/09 - 07h30
Assentamento do MST no Paraná produz e exporta cachaça para a Europa
Cooperativa fatura até R$ 50 mil por ano só com a venda do produto.Comunidade é considerada modelo pelo Incra.
Luciana Rossetto Do G1, em São Paulo
Acabou o tempo em que o único objetivo dos sem-terra era o cultivo destinado somente à subsistência. Hoje, de olho no mercado, famílias de um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) investem na produção agroecológica e exploram até potencial de exportação de seus produtos.
É o caso da cachaça da marca Camponesa, que é produzida no Assentamento Santa Maria, em Paranacity (PR), onde vivem 21 famílias – cerca de 70 pessoas - que formam a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Ltda (Copavi). Parte da produção anual de 10 mil litros da cachaça é exportada para a França, além de ser vendida também em todo o Brasil.
Valmir Stronzake, membro do Conselho Administrativo do Assentamento Santa Maria, explica que a fabricação de cachaça começou em meados de 2002 e foi legalizada em 2005. Só com a cachaça, o assentamento fatura em média entre R$ 40 mil e R$ 50 mil ao ano.
“Primeiro, nós começamos a fazer açúcar mascavo, mas as famílias de alguns trabalhadores daqui tiveram experiência em produzir cachaça no passado, então nós adaptamos um alambique e depois fomos fazendo melhorias aos poucos”, diz Stronzake.
Por cada garrafa de cachaça vendida no Brasil, o assentamento recebe R$ 4,50. O produto para exportação rende R$ 6,00. “Esse é o valor que recebemos sem impostos, que gira em torno de 40% a mais no preço. O imposto é muito alto.”
Todas as hortaliças e legumes cultivados no assentamento são produzidos de modo agroecológico, sem uso de adubos químicos, agrotóxicos ou transgênicos. Apenas a produção de leite não é totalmente agroecológica, porque são usados medicamentos feitos em laboratório para tratar o gado.
Assentamento modelo
O assentamento Santa Maria foi criado há 16 anos e tem 230 hectares. Do total, 150 hectares são usados para a produção agropecuária. O resto abriga mata nativa e as moradias.
As famílias do assentamento Santa Maria dividem mais do que apenas o trabalho e a expectativa em relação às vendas dos produtos. Todo o modo de vida das famílias no local tem como base fundamental a produção coletiva, o que faz o assentamento ser considerado modelo, de acordo com Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná.
O faturamento total de cada família que vive no assentamento Santa Maria gira em torno de R$ 900 por mês. Isso depois de descontado o que cada família consome e também considerada a contribuição de cada uma na produção.
“Como é um sistema coletivo, tudo o que produzimos tem um custo, então, após a venda, temos que pagar esses custos. Outra parte vai para pagar os financiamentos do Governo Federal e investimentos nos meios de produção. O que sobra, distribuímos de acordo com quanto cada família trabalhou para ajudar a produzir”, diz
Cada família tem sua própria casa, com energia elétrica e água encanada. Mas o diferencial é a cozinha comunitária, onde de segunda a sexta-feira são servidos café da manhã e almoço. “Nós implantamos uma cozinha comunitária depois que percebemos que as mulheres passavam muito tempo em casa para preparar as refeições. Elas também queriam participar da vida produtiva e das decisões da cooperativa”, diz.
Atualmente, uma mulher e um homem trabalham na cozinha.“Foi bom para padronizarmos a alimentação das pessoas que vivem no assentamento com uma refeição balanceada e de qualidade. Além disso, ajudamos as mulheres, que agora não trabalham tanto em casa e têm mais tempo para contribuírem nas atividades do assentamento.Com o tempo, fomos melhorando. Agora, já temos até uma padaria”.
Almoçando com os Calza
A Copavi/assentamento/cooperativa é o Brasil dos meus sonhos.
A Copavi fica em Paranacity, onde vou quando posso para matar as saudades e aprender lições de civilidade, trabalho e coragem.
A Dani me avisou que a "minha" Copavi foi assunto de uma reportagem no Portal de Notícias da Globo, mas não me contou que as fotos da reportagem eram dela.
Estou muito orgulhosa da minha gente, da minha Dani e gostaria que vocês lessem a reportagem e entendessem o porquê do meu orgulho.
Nédier
A Copavi/assentamento/cooperativa é o Brasil dos meus sonhos.
A Copavi fica em Paranacity, onde vou quando posso para matar as saudades e aprender lições de civilidade, trabalho e coragem.
A Dani me avisou que a "minha" Copavi foi assunto de uma reportagem no Portal de Notícias da Globo, mas não me contou que as fotos da reportagem eram dela.
Estou muito orgulhosa da minha gente, da minha Dani e gostaria que vocês lessem a reportagem e entendessem o porquê do meu orgulho.
Nédier
02/09/09 - 07h30 - Atualizado em 02/09/09 - 07h30
Assentamento do MST no Paraná produz e exporta cachaça para a Europa
Cooperativa fatura até R$ 50 mil por ano só com a venda do produto.Comunidade é considerada modelo pelo Incra.
Luciana Rossetto Do G1, em São Paulo
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(Foto: Daniela Calza/Divulgação/MST)
Acabou o tempo em que o único objetivo dos sem-terra era o cultivo destinado somente à subsistência. Hoje, de olho no mercado, famílias de um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) investem na produção agroecológica e exploram até potencial de exportação de seus produtos.
É o caso da cachaça da marca Camponesa, que é produzida no Assentamento Santa Maria, em Paranacity (PR), onde vivem 21 famílias – cerca de 70 pessoas - que formam a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Ltda (Copavi). Parte da produção anual de 10 mil litros da cachaça é exportada para a França, além de ser vendida também em todo o Brasil.
Valmir Stronzake, membro do Conselho Administrativo do Assentamento Santa Maria, explica que a fabricação de cachaça começou em meados de 2002 e foi legalizada em 2005. Só com a cachaça, o assentamento fatura em média entre R$ 40 mil e R$ 50 mil ao ano.
“Primeiro, nós começamos a fazer açúcar mascavo, mas as famílias de alguns trabalhadores daqui tiveram experiência em produzir cachaça no passado, então nós adaptamos um alambique e depois fomos fazendo melhorias aos poucos”, diz Stronzake.
Por cada garrafa de cachaça vendida no Brasil, o assentamento recebe R$ 4,50. O produto para exportação rende R$ 6,00. “Esse é o valor que recebemos sem impostos, que gira em torno de 40% a mais no preço. O imposto é muito alto.”
(Foto: Daniela Calza/Divulgação/MST)
Stronzake conta que a Copavi também é dona da marca Liberação, que é autorizada somente para exportação. Eles pararam de produzir essa cachaça, que teve a produção vendida apenas duas vezes para a Espanha. “Vendíamos para uma associação, mas já em 2007 eles estavam com dificuldades financeiras e o problema se agravou com a crise no ano passado. No ano que vem, vamos voltar a conversar. Talvez a gente volte a vender”, afirma.
Além da cachaça, a Copavi vende o açúcar mascavo e o melado de cana para outras regiões do país. “Para vendermos em outros lugares, nós entramos em contato com compradores de açúcar mascavo por telefone, pela internet. Participamos de feiras para fazer divulgação e, assim, vamos aumentando o número de compradores.”
A cooperativa produz cerca de 600 litros de leite por dia, que é utilizado também para a fabricação de iogurtes. Segundo Stronzake, entre 13% e 20% da produção são destinados ao consumo interno e o resto é distribuído para comerciantes da região de Paranacity.
O grupo também produz uma variedade grande de hortaliças e legumes, mas a maior parte é usada na alimentação das próprias famílias.
Além da cachaça, a Copavi vende o açúcar mascavo e o melado de cana para outras regiões do país. “Para vendermos em outros lugares, nós entramos em contato com compradores de açúcar mascavo por telefone, pela internet. Participamos de feiras para fazer divulgação e, assim, vamos aumentando o número de compradores.”
A cooperativa produz cerca de 600 litros de leite por dia, que é utilizado também para a fabricação de iogurtes. Segundo Stronzake, entre 13% e 20% da produção são destinados ao consumo interno e o resto é distribuído para comerciantes da região de Paranacity.
O grupo também produz uma variedade grande de hortaliças e legumes, mas a maior parte é usada na alimentação das próprias famílias.
(Foto: Daniela Calza/Divulgação/MST)
Todas as hortaliças e legumes cultivados no assentamento são produzidos de modo agroecológico, sem uso de adubos químicos, agrotóxicos ou transgênicos. Apenas a produção de leite não é totalmente agroecológica, porque são usados medicamentos feitos em laboratório para tratar o gado.
Assentamento modelo
O assentamento Santa Maria foi criado há 16 anos e tem 230 hectares. Do total, 150 hectares são usados para a produção agropecuária. O resto abriga mata nativa e as moradias.
As famílias do assentamento Santa Maria dividem mais do que apenas o trabalho e a expectativa em relação às vendas dos produtos. Todo o modo de vida das famílias no local tem como base fundamental a produção coletiva, o que faz o assentamento ser considerado modelo, de acordo com Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná.
O faturamento total de cada família que vive no assentamento Santa Maria gira em torno de R$ 900 por mês. Isso depois de descontado o que cada família consome e também considerada a contribuição de cada uma na produção.
“Como é um sistema coletivo, tudo o que produzimos tem um custo, então, após a venda, temos que pagar esses custos. Outra parte vai para pagar os financiamentos do Governo Federal e investimentos nos meios de produção. O que sobra, distribuímos de acordo com quanto cada família trabalhou para ajudar a produzir”, diz
Cada família tem sua própria casa, com energia elétrica e água encanada. Mas o diferencial é a cozinha comunitária, onde de segunda a sexta-feira são servidos café da manhã e almoço. “Nós implantamos uma cozinha comunitária depois que percebemos que as mulheres passavam muito tempo em casa para preparar as refeições. Elas também queriam participar da vida produtiva e das decisões da cooperativa”, diz.
Atualmente, uma mulher e um homem trabalham na cozinha.“Foi bom para padronizarmos a alimentação das pessoas que vivem no assentamento com uma refeição balanceada e de qualidade. Além disso, ajudamos as mulheres, que agora não trabalham tanto em casa e têm mais tempo para contribuírem nas atividades do assentamento.Com o tempo, fomos melhorando. Agora, já temos até uma padaria”.