Estávamos no Sambódromo.
Enquanto eu defendia a Beija-Flor, que tirou um terceiro lugar, o Odenir e o Eugênio, que cursaram a faculdade de Engenharia juntos, beberam todas.
Ao tirar esta foto o Eugênio se desequilibrou e caiu.
Um homem imenso, campeão master de natação, um dos melhores amigos do meu marido.
O Odenir tão grande quanto o Eugênio sente dificuldade de erguê-lo do chão porque mal consegue manter-se de pé.
O Eugênio nos deixou há pouco tempo. Foi tão inesperado que ainda não assimilei. Queria muito fazer-lhe uma homenagem.
Dele ficou esta foto. Mandei fazer um poster e coloquei-o na chácara.
Uma foto consegue parar o tempo, perenizar o momento fugaz...
Como as madeleines de Proust no "Em busca do Tempo Perdido" esta foto tem um gosto e um perfume que retornam intactos ao vê-la.
Lá estamos nós em um camarote. O desfile da Beija-Flor acabou, eu perdi muitas e muitas laranjas de minha fantasia pelo caminho...
Somos felizes. a vida é luminosa e colorida, a bateria da escola que passa arrepia a nossa pele. É o som do nosso país. Um hino nacional que dispensa letra e mobiliza multidões que sentem-no pulsar no rítmo e na cadência do coração.
- O tempo não pára?
Este tempo parou.
Nédier
- Este texto é dedicado ao Eugênio e a todos os meus companheiros do grupo virtual "Conversa de Botequim". Como o Eugênio (e o meu pai) são os amados "pinguços" de minha vida.