Não tenho palavras para descrever o orgulho e a esperança que estas manifestações de cidadania e de coragem me causam.
O grito democrático da sociedade "Não queremos que fique como está".
Na foto, minha neta Clara, de 15 anos, durante a manifestação pacífica em Curitiba: ela é a imagem da minha esperança de dias onde o cidadão brasileiro será respeitado em seus direitos constitucionais.
A Clara queria ir. A razão não é o aumento da preço das passagens de ônibus, uma vez que ela não usa este meio de transporte, era o apoio aos que usam, mas o que mais a motiva entre todas as razões claras da manifestação do povo brasileiro é a votação da PEC 37, absurda que estavam nos colocando, como diz o povo "goela abaixo".
Minha filha estava preocupadíssima com a violência mostrada pela midia, mas que na realidade foi mínima. A Clara queria ir e seus argumentos me emocionaram. Meu Deus! ela tem consciência política! A minha menina me expondo porque a PEC 37 não deveria ser votada porque é um atraso para a democracia do nosso país.
A Clara queria ir e seus pais não deixavam.
Ela me telefonou chorando, perguntou se eu podia levá-la, eu, infelizmente, não podia, mas lembrei a ela que sua mãe, minha filha, desde muito pequena me acompanhou nas passeatas e comícios pela democracia.
Liguei para minha filha e lembrei a ela as emoções que sentíamos irmanadas com o povo protestando contra a injustiça.
Abaixo está o e-mail que a Ana me mandou.
Nédier
"Tentei de tudo, como mãe...
Argumentei, disse que era perigoso, que ela não deveria.
Tudo isso e o filme passando na minha cabeça, de quando era eu que ia para as ruas, pelas Diretas, pelo impeachmeant, pelas greves da Universidade.
Continuava com meu amor materno muito maior que a pelo país... óbvio, mas enfrentar a choradeira dela, os argumentos, foram mais difíceis do que enfrentar a repressão.
Ela dobrou o pai, que veio me pedir para levá-la... eu tinha ensinado....
Fiquei orgulhosíssima,
eles, felizes!
Ana
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