Caio Fernado Abreu
Meus amigos,
Ando afastada do meu blog por motivos alheios ao meu querer. Não há como ter inspiração com uma dor de cabeça desumana durante meses. Quarto e óculos escuros, silêncio, enjôo e uma incompreensão absoluta da família.Não dá pra imaginar a dor dos outros. Diagnósticos os mais estranhos: alergia, dor emocional, familiar (é),tumor no pâncres etc e tal.Acho que passou. Consultei todos os médicos que me conhecem e os que não. Este tipo de enxaqueca não tem cura a não ser analgésicos poderosos que me proporcionam uma gastrite igualmente insuportável
Encontrei este texto que rabisquei com uma letra quase ininteligível dentro de um livro velho.
Sabe-se lá quando escrevi. Repasso a vocês para compartilhar este “mistério”. Desculpem-me! A inspiração veio, com certeza, do magnífico Caio Fernando Abreu
“Onde andará? É uma das expressões mais tristes que conheço, sinônimo de se perdeu”
Caio F.
Por onde ando?
Encontrei-o. Achei-o mais velho e surpreendentemente sóbrio. Imagino que meu olhar foi tão indiferente quanto o dele. Duas pessoas que, como tantas, se cruzam nas ruas da cidade.
As pessoas que cruzam comigo são levemente acinzentadas, assexuadas, nem são pessoas e já que existe a palavra são impessoais. Sou a vulgo "desligada".
Vendo-o (o que já foi incrível) pensei- Onde andará? – Se perdeu - pensei vendo-o dobrar a esquina, mas senti que também tinha me perdido
Depois da encruzilhada quase fatídica onde tínhamos trombado e nos ferido com os ferros quentes e retorcidos da paixão, cada um seguiu seu rumo, doidos, doídos, sangrando, agonizantes, mas acabei por constatar que tínhamos sobrevivido e carregávamos, pelas ruas, emoções perdidas em corpos envelhecentes.
Nédier
sábado, 6 de abril de 2013
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