Caso aparecesse um OVNI e abduzisse a mim e à minha caminhonete às 12h30min do dia 22/01/2009, no início do calçadão do balneário de Matinhos - PR, a minha surpresa não seria maior.
Eu já tinha estacionado a minha lenta Pajero TR4, (ano 2005, placa AMVW 2843, cor verde) e saído do carro com os meus netos Clara de 11 anos e Pedro de 7.
Achei que tinha deixado o veículo muito próximo a outro que já estava estacionado e retornei para fazer uma pequena manobra para deixá-lo em melhor posição.
Dei uma pequena ré coloquei o carro, que tem câmbio automático, na posição “D” e vagarosamente voltei até sentir as rodas dianteiras encostarem no meio-fio.
Foi então quando aconteceu o inexplicável.
O veículo corcoveou como um boi brabo. Subiu no meio fio em uma velocidade inusitada e absurda, uma vez que eu sempre me queixo do lento arranque da minha Pajero. Mesmo tirando o pé do acelerador e tentando puxar o freio de mão, mesmo tendo abalroado a lateral um quiosque de sorvetes que estava próximo, o carro atravessou uns 50 metros e somente parou ao investir contra a Câmara Municipal de Matinhos.
Segundo os peritos do seguro, o carro sofreu perda total.
Eu quero apenas e tão somente uma explicação plausível para o ocorrido.
Nada jamais irá apagar da minha memória a imagem dos meus netos, a expressão de pavor deles me esperando do lado de fora do carro, sendo espectadores de toda cena. Caso eles estivessem em frente ao carro teriam sido atropelados. A fatalidade seria irreversível e eu, com absoluta certeza, não teria como suportar. Penso que não sobreviveria a uma tragédia como essa.
O Pedro, de sete anos, estava quase em frente ao carro. Jamais esquecerei os seus olhos apavorados olhando os meus. Por puro reflexo ele atirou-se para trás. A Clara foi atingida por parte dos escombros do quiosque que abalroei logo de saída.
A direção travou e o TR4 atravessou como um bólido o calçadão e só parou com o último choque.
O calçadão - local do acidente - é muito movimentado: lojas, turistas, moradores que transitam livremente por ali.
Não sei como agradecer à Vida, à Deus, aos anjos, a sorte - como queiram chamar - o fato de não ter atingido ninguém, de não ter ocorrido uma tragédia sem precedentes.
(eu agradeço à Nossa Senhora Aparecida de quem eu e minha família somos devotos) Pelo tamanho do absurdo, os jornais e toda mídia falada e televisionada noticiou o fato da caminhonete desgovernada e em alta velocidade, ter adentrado à Câmara de Vereadores.
Tenho guardadas todas as matérias, inclusive à que a foto do acidente ocupa quase toda a primeira página (Jornal O Estado do Paraná, edição 23/01/2009).
Quando o TR4 enfim parou, eu percebi que sangrava muito. O air bag arranhou, queimou e contundiu meu colo e meus seios. Meu pé esquerdo ficou imediatamente inchado e escuro. Meu desespero por causa de meus netos neutralizou todas as dores naquele momento. Todos os jornais enfatizaram a atitude desta avó desesperada gritando pelos netos. Eu queria vê-los. Não tinha certeza de não tê-los atingido. Em segundos uma grande multidão se juntara em volta deles e em minha volta. Quando enfim consegui vê-los assustados, chorando e vivos, consegui chorar.
O Siate (pessoas maravilhosas), a imprensa, a polícia, me pareceram ter brotado do chão, tamanha a rapidez com que me cercaram.
A imprensa noticiou que errei ao acelerar o carro em vez de dar ré. Eu já tinha dado uma pequena ré para em seguida ter ido para frente e encostado os pneus no meio fio. Ao colocar o carro em ponto morto, ele corcoveou, subiu na calçada e ocorreu o descrito.
É impossível entender.
Na perícia feita pela seguradora, o mecânico não pode dar uma opinião bem fundamentada, uma vez a que toda a caixa de câmbio estava destruída, porém deu uma explicação razoável: como a troca de marcha é automática, logo abaixo existe o comando de arranque, o qual nunca usei. Ele comentou que já conhecia casos em que o botão muda a marcha, por ser um pouco frouxo, sai do lugar e, nesse caso, deve ter engatado uma posição diferente da correta.
Eu preciso que a Mitsubishi me explique o que sucedeu e que poderia ter causado uma grande tragédia.
Eu dirijo a mais de 30 anos e nunca provoquei nenhum acidente. Tive uma multa por estar dirigindo em um longo declive à 65 km/h quando o limite de é de 60 km/h. Manobro diariamente o meu carro e às vezes até reclamo de sua lentidão.
Nem na estrada eu consigo passar dos 100 km/h, sendo até motivo de ironia pelos meus familiares.
- Como pode um carro praticamente parado sair em uma velocidade incontrolável, bater em um obstáculo e só parar de encontro a um prédio público, felizmente vazio???
Nem eu, nem meus netos tivemos fraturas, mas estou tão contundida e tão cheia de hematomas que mal posso me mover.
O grande número de testemunhas não conseguiu entender e justificar o fato.
Ao sermos socorridos pela ambulância, exigi que fosse realizada a prova do bafômetro ou o exame de sangue para que comprovassem a minha sobriedade e fosse descartada qualquer tipo de influência química no meu comportamento. Infelizmente a polícia local não possui estes recursos.
O seguro contra terceiros cobriu todos os danos materiais.
O seguro do carro vai me ressarcir do prejuízo pela perda do veículo.
Mas o que me desespera e me mobiliza a escrever este depoimento é o fato de que este “acidente” pode ocorrer com outras pessoas e que elas possam não ter a sorte que tive.
Fui informada que na Pajero TR4 a ativação do Botão da Marcha Drive, a partir da posição neutra ocorre sem que haja necessidade de acionamento de um botão de segurança.
Exijo uma explicação técnica da Mitsubishi para este acidente, uma vez que já mandei este relato à sua filial no Brasil. Caso não hajam explicações, acionarei os meios legais para obtê-las.
Nédier Brusamolin Müller
Auditora Fiscal do Trabalho
CPF 167.786.189-49
Endereço: Rua Afonso Celso 47 Ahu
Curitiba – Paraná - Brasil
CEP 80.540270
Telefones: (041) 32525917 - 99730488
* Este texto foi feito com a colaboração de minha filha Ana Paula que foi responsável pelo Centro de Atenção à Clientes da Ford na Espanha e é mãe da Clara que foi envolvida neste "acidente".
Eu já tinha estacionado a minha lenta Pajero TR4, (ano 2005, placa AMVW 2843, cor verde) e saído do carro com os meus netos Clara de 11 anos e Pedro de 7.
Achei que tinha deixado o veículo muito próximo a outro que já estava estacionado e retornei para fazer uma pequena manobra para deixá-lo em melhor posição.
Dei uma pequena ré coloquei o carro, que tem câmbio automático, na posição “D” e vagarosamente voltei até sentir as rodas dianteiras encostarem no meio-fio.
Foi então quando aconteceu o inexplicável.
O veículo corcoveou como um boi brabo. Subiu no meio fio em uma velocidade inusitada e absurda, uma vez que eu sempre me queixo do lento arranque da minha Pajero. Mesmo tirando o pé do acelerador e tentando puxar o freio de mão, mesmo tendo abalroado a lateral um quiosque de sorvetes que estava próximo, o carro atravessou uns 50 metros e somente parou ao investir contra a Câmara Municipal de Matinhos.
Segundo os peritos do seguro, o carro sofreu perda total.
Eu quero apenas e tão somente uma explicação plausível para o ocorrido.
Nada jamais irá apagar da minha memória a imagem dos meus netos, a expressão de pavor deles me esperando do lado de fora do carro, sendo espectadores de toda cena. Caso eles estivessem em frente ao carro teriam sido atropelados. A fatalidade seria irreversível e eu, com absoluta certeza, não teria como suportar. Penso que não sobreviveria a uma tragédia como essa.
O Pedro, de sete anos, estava quase em frente ao carro. Jamais esquecerei os seus olhos apavorados olhando os meus. Por puro reflexo ele atirou-se para trás. A Clara foi atingida por parte dos escombros do quiosque que abalroei logo de saída.
A direção travou e o TR4 atravessou como um bólido o calçadão e só parou com o último choque.
O calçadão - local do acidente - é muito movimentado: lojas, turistas, moradores que transitam livremente por ali.
Não sei como agradecer à Vida, à Deus, aos anjos, a sorte - como queiram chamar - o fato de não ter atingido ninguém, de não ter ocorrido uma tragédia sem precedentes.
(eu agradeço à Nossa Senhora Aparecida de quem eu e minha família somos devotos) Pelo tamanho do absurdo, os jornais e toda mídia falada e televisionada noticiou o fato da caminhonete desgovernada e em alta velocidade, ter adentrado à Câmara de Vereadores.
Tenho guardadas todas as matérias, inclusive à que a foto do acidente ocupa quase toda a primeira página (Jornal O Estado do Paraná, edição 23/01/2009).
Quando o TR4 enfim parou, eu percebi que sangrava muito. O air bag arranhou, queimou e contundiu meu colo e meus seios. Meu pé esquerdo ficou imediatamente inchado e escuro. Meu desespero por causa de meus netos neutralizou todas as dores naquele momento. Todos os jornais enfatizaram a atitude desta avó desesperada gritando pelos netos. Eu queria vê-los. Não tinha certeza de não tê-los atingido. Em segundos uma grande multidão se juntara em volta deles e em minha volta. Quando enfim consegui vê-los assustados, chorando e vivos, consegui chorar.
O Siate (pessoas maravilhosas), a imprensa, a polícia, me pareceram ter brotado do chão, tamanha a rapidez com que me cercaram.
A imprensa noticiou que errei ao acelerar o carro em vez de dar ré. Eu já tinha dado uma pequena ré para em seguida ter ido para frente e encostado os pneus no meio fio. Ao colocar o carro em ponto morto, ele corcoveou, subiu na calçada e ocorreu o descrito.
É impossível entender.
Na perícia feita pela seguradora, o mecânico não pode dar uma opinião bem fundamentada, uma vez a que toda a caixa de câmbio estava destruída, porém deu uma explicação razoável: como a troca de marcha é automática, logo abaixo existe o comando de arranque, o qual nunca usei. Ele comentou que já conhecia casos em que o botão muda a marcha, por ser um pouco frouxo, sai do lugar e, nesse caso, deve ter engatado uma posição diferente da correta.
Eu preciso que a Mitsubishi me explique o que sucedeu e que poderia ter causado uma grande tragédia.
Eu dirijo a mais de 30 anos e nunca provoquei nenhum acidente. Tive uma multa por estar dirigindo em um longo declive à 65 km/h quando o limite de é de 60 km/h. Manobro diariamente o meu carro e às vezes até reclamo de sua lentidão.
Nem na estrada eu consigo passar dos 100 km/h, sendo até motivo de ironia pelos meus familiares.
- Como pode um carro praticamente parado sair em uma velocidade incontrolável, bater em um obstáculo e só parar de encontro a um prédio público, felizmente vazio???
Nem eu, nem meus netos tivemos fraturas, mas estou tão contundida e tão cheia de hematomas que mal posso me mover.
O grande número de testemunhas não conseguiu entender e justificar o fato.
Ao sermos socorridos pela ambulância, exigi que fosse realizada a prova do bafômetro ou o exame de sangue para que comprovassem a minha sobriedade e fosse descartada qualquer tipo de influência química no meu comportamento. Infelizmente a polícia local não possui estes recursos.
O seguro contra terceiros cobriu todos os danos materiais.
O seguro do carro vai me ressarcir do prejuízo pela perda do veículo.
Mas o que me desespera e me mobiliza a escrever este depoimento é o fato de que este “acidente” pode ocorrer com outras pessoas e que elas possam não ter a sorte que tive.
Fui informada que na Pajero TR4 a ativação do Botão da Marcha Drive, a partir da posição neutra ocorre sem que haja necessidade de acionamento de um botão de segurança.
Exijo uma explicação técnica da Mitsubishi para este acidente, uma vez que já mandei este relato à sua filial no Brasil. Caso não hajam explicações, acionarei os meios legais para obtê-las.
Nédier Brusamolin Müller
Auditora Fiscal do Trabalho
CPF 167.786.189-49
Endereço: Rua Afonso Celso 47 Ahu
Curitiba – Paraná - Brasil
CEP 80.540270
Telefones: (041) 32525917 - 99730488
* Este texto foi feito com a colaboração de minha filha Ana Paula que foi responsável pelo Centro de Atenção à Clientes da Ford na Espanha e é mãe da Clara que foi envolvida neste "acidente".