Hoje quando acordei - do sono máximo de 4 horas que costumo dormir durante a noite - pensei:
- Ainda bem que não vivemos mais sob o jugo da ditadura militar.
- Ainda bem que não vivemos mais sob o jugo da ditadura militar.
A primeira frase que me veio à cabeça, e sabe-se lá porque, foi
“Tudo o que é sólido desmancha no ar”.
Eu acho esta frase linda!!
Li até um livro de Berman Marshall com este título. Lembro que na ocasião comprei só pelo título, sem lembrar que esta é uma citação de Marx que consta no Manifesto Comunista escrito em 1848.
Quando imagino algumas sólidas pessoas desmanchando-se no ar, sempre me ocorre a palavra poluição.
Vi seres muito amados, objetos de estimação que possui - e achava que não poderia viver sem eles - se desmancharem em minha frente, sem que eu nada pudesse fazer a não ser continuar vivendo... às vezes até com mais leveza.
Li até um livro de Berman Marshall com este título. Lembro que na ocasião comprei só pelo título, sem lembrar que esta é uma citação de Marx que consta no Manifesto Comunista escrito em 1848.
Quando imagino algumas sólidas pessoas desmanchando-se no ar, sempre me ocorre a palavra poluição.
Vi seres muito amados, objetos de estimação que possui - e achava que não poderia viver sem eles - se desmancharem em minha frente, sem que eu nada pudesse fazer a não ser continuar vivendo... às vezes até com mais leveza.
Não sou e nunca fui uma comunista, como muitas vezes sou rotulada . Este fato repetitivo e burro de tentar me definir me faz dar boas risadas.
Porém na ditadura militar, não era bem assim, eu não poderia ler, escrever ou possuir nada que me identificasse com a doutrina comunista.
Eu era capaz de ser presa, torturada e morta apenas por simpatizar com algumas idéias de Marx.
Poderia ser até o velho Marques, um farmacêutico de direita que conheci há trocentos anos em Matinhos, mas como os membros da censura eram semi-analfabetos se a palavra soasse igual eu estaria “enrustida” e mal paga
Já que surgiu este assunto, vou utilizar alguns argumentos de Karl Marx.
- Eu posso, viu general?
Já que surgiu este assunto, vou utilizar alguns argumentos de Karl Marx.
- Eu posso, viu general?
Quase diariamente vejo muitas pessoas que conheço se apavorarem quando algum movimento tido como comunista quer abolir a propriedade privada.
Estas pessoas não sabem ou esquecem que a propriedade está abolida para nove décimos dos membros da sociedade.
E porque a propriedade não existe para estes nove décimos é que existe em nosso país esta minoria vergonhosa de latifundiários, grileiros e grandes proprietários que sufocam e aniquilam a pequena agricultura e a agricultura familiar com a força de um capital construído com o trabalho escravo e degradante de trabalhadores descartáveis.
Acusam, estes egoístas ou mal informados, de que os “comunistas” do MST querem abolir uma forma de propriedade. Não lhes ocorre que esta propriedade só pode existir privando a imensa maioria dos membros da sociedade de toda a propriedade.
- Alguém discorda?
Pois discorde, nem vou me dar o trabalho de desmanchar com um pequeno sopro a “solidez” de idéias divergentes. Já me acostumei.
Nédier
“Tudo o que é sólido desmancha no ar, tudo o que é sagrado é profanado, e os homens são finalmente forçados a enfrentar com sentidos mais sóbrios suas reais condições de vida e sua relação com outros homens.”
“A análise de Marx sobre o sistema capitalista, em sua tendência de auto-gerenciamento absoluto, verdade única, disseminado em uma subjetividade/semiótica para além do econômico manifestado em suas múltiplas formas de sedução e dominação — suas próprias contradições — geradoras da crença de uma corpo concreto inabalável, não passa de uma ilusão que um simples sopro dialético “desmancha no ar”