sábado, 16 de agosto de 2008

23 ª ROMARIA DA TERRA DENUNCIARÁ AÇÃO DAS MÍLICIAS ARMADAS E A PARALISIA DA REFORMA AGRÁRIA NO PARANÁ

Romarias
21ª Romaria da Terra
Tamarana/PR
20 de agosto de 2006
D. Thomas Balduino
"O bonito da romaria é ver o povo cantando com esperança e,
ao mesmo tempo, denunciando e anunciando. Todos procuram um espaço dentro da sociedade porque, muitas vezes, é um povo mal visto",
afirmou o fundador da CPT, Dom Thomas Balduino
A 21ª Romaria da Terra do Paraná, realizada em Tamarana, em 20.08.06, celebrou a fé e cobrou respostas para os problemas do campo. Com o slogan "Sem fome e opressão: A aliança com os pobres é libertação!", o evento reuniu - segundo a entidade promotora do evento (a CPT) - cerca de 15 mil pessoas


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A 22ª Romaria da Terra do Paraná em
Francisco Beltrão
19 de agosto de 2007.

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No próximo ano comemoram-se os 50 anos da Revolta dos Colonos realizada na região Sudoeste do Paraná no ano de 1957. No encontro foi celebrada a memória das lutas dos camponeses em defesa da terra, da água e da vida. Também foram compartilhadas inúmeras experiências desenvolvidas pelas comunidades, movimentos e organizações na linha da educação, produção, comercialização, organização, cuidado ambiental e conquista de direitos sociais.

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23ª ROMARIA DA TERRA
QUERÊNCIA DO NORTE

17.08.09

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.A Comissão Pastoral da Terra do Paraná tem a grande alegria de informar a todas as comunidades e organizações que a 23ª ROMARIA DA TERRA DO PARANÁ, acontecerá no município de Querência do Norte, no dia 17 de agosto de 2008.

O tema da Romaria será a Impunidade no campo e os desafios da Reforma Agrária. Dados catalogados pela CPT vêm demonstrando que a certeza da impunidade é uma das razões do crescimento da violência no campo. Neste contexto, o Poder Judiciário tem se mostrado, quase sempre, um dos grandes aliados do latifúndio e do agronegócio. Ao mesmo tempo em que é lento para julgar os crimes contra os trabalhadores/as é extremamente ágil para atender as demandas dos proprietários expedindo liminares de reintegração de posse que, na maioria das vezes, acabam se tornando sentença unilateral definitiva e arbitrária, dando margem à violência da Polícia e à ação das milícias privadas.
De 1985 a 2005 ocorreram no Brasil 1.063 conflitos com morte. Foram assassinadas 1.425 pessoas, entre trabalhadores, lideranças sindicais ou de movimentos e agentes de pastoral. Destes crimes contra os trabalhadores, somente 78 destes homicídios foram julgados. Foram condenados apenas 67 executores e 15 mandantes.No mesmo período no Paraná foram assassinados 45 trabalhadores sendo que destes crimes nenhum culpado ou mandante foi punido.

REGIÃO NOROESTE DO PARANÁ: UM PALCO DA VIOLÊNCIA CONTRA OS TRABALHADORES/AS NO PARANÁ

Na segunda metade da década de 1990 a região Noroeste do Paraná, foi o palco de um conjunto de violências contra as famílias de trabalhadores/as Sem Terra. Neste contexto, foram vários os despejos violentos e os trabalhadores/as assassinados. Infelizmente a maioria dos casos de violência contra os trabalhadores/as na região continuam impunes. No município de Querência do Norte aconteceram várias situações de violência contra os trabalhadores/as: foram inúmeros os despejos violentos, as agressões, seqüestros, ameaças, torturas, prisões e assassinatos nos últimos anos. Mas Querência do Norte também é um lugar de resistência, já que é um dos exemplos da viabilidade da Reforma Agrária: neste município encontram-se vários assentamentos e a organização e a produção dos agricultores têm um importante papel na dinâmica econômica do município.
Inspirados pela Palavra de Deus, queremos celebrar a justiça que se realiza na partilha e na democratização da terra, um dos melhores mecanismos para realizar a paz no campo. “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino de Deus”, anuncia Jesus pela boca do evangelista Mateus (5, 10). Nos 15 anos do martírio de Teixeirinha (Diniz Bento da Silva), nossa Romaria será também um ato de memória de todos os mártires da terra de nosso Paraná e do Brasil, luzes que guiam a nossa luta e nos animam na luta pela justiça.

COMISSÃO PASTORAL DA TERRA DO PARANÁ
Organize desde já a sua caravana!
Maiores informações na página da CPT na Internet

fone: 41-3224-7433
http://www.cpt.org.br/ ou pelo e-mail cpt@cpt.org.br
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ROMARIA DA TERRA DENUNCIARÁ AÇÃO DAS MÍLICIAS ARMADAS E A PARALISIA DA REFORMA AGRÁRIA NO PARANÁ

A 23ª Romaria da Terra do Paraná, evento realizado anualmente pela Comissão Pastoral da Terra, será realizada no próximo domingo, 17.08, no município de Querência do Norte, localizado a cerca de 40 Km de Loanda, região Noroeste do Estado.
O crescimento assustador da ação das milícias armadas no Paraná e a paralisia do processo de Reforma Agrária no Estado serão refletidos durante o evento. Os dados do Relatório de Conflitos no Campo 2007, organizado pela CPT, demonstram que os grupos armados continuam atuando livremente no Paraná. Os números apontam para o aumento assustador da ação das milícias armadas escondidas sob a fachada de empresas de segurança no Paraná, fato amplamente denunciado pela CPT. Foram 1.188 famílias violentadas, ameaçadas e intimidadas pelos grupos armados a serviço do latifúndio, um aumento de 35% se comparado com os dados de 2006 (764 famílias). Estes dados fazem do Paraná o 2º (atrás apenas do PA) no número de famílias vítimas das ações das milícias paramilitares.
Se não bastasse a violência sofrida como resultado da atuação das milícias armadas, os trabalhadores continuam sofrendo com a repressão da polícia militar, do poder judiciário e do executivo paranaense. Em 2007, foram despejadas a mando do poder judiciário no Estado 2077 famílias (em 18 ações de reintegração de posse). O Paraná só fica atrás, nesse número, do Estado do Pará! Segundo os dados do próprio governo estadual, a cada dez dias é realizada uma ação de despejo. Cabe lembrar que nem durante o governo Lerner (que registrou a marca de 1 despejo a cada 18 dias) se registrou um número tão alto de expulsão de famílias de suas terras.
A violência privada dos fazendeiros e da empresa transnacional Syngenta Seeds resultou no assassinato de 3 trabalhadores nos últimos 12 meses no Paraná. No dia 15/05/07 a liderança dos faxinalenses, Antonio Novakoski, sofreu uma tentativa de assassinato em São Mateus do Sul. Infelizmente, o trabalhador faleceu cerca de 20 dias depois do atentado. Há tempos os faxinalenses vêm denunciando as ameaças de morte e as intimidações que vem sofrendo dos fazendeiros da região Centro Sul do Estado. No dia 21/10/07 um grupo de 40 pistoleiros fortemente armados se dirigiu ao acampamento localizado no município de Santa Tereza do Oeste, fez vários disparos contra as famílias e executou Valmir Mota (Keno), liderança do MST e da Via Campesina no Paraná. No dia 30/03/08, um grupo de pistoleiros, executou o trabalhador Eli Dallemole, dentro de sua casa no assentamento Libertação Camponesa, em Ortigueira.
Enquanto cresce a violência no campo, a Reforma Agrária continua paralisada no Brasil e no Paraná. O balanço da Reforma Agrária em 2007 no Estado, mostra que o número de assentados foi inferior à metade da previsão inicial. O INCRA conseguiu assentar apenas 899 famílias das 2 mil pretendidas. Pelo segundo ano consecutivo, a criação de novos assentamentos fica bem abaixo da meta (em 2006, quando o órgão diz ter assentado 921 famílias). Além da lentidão, a maioria dos assentamentos no Estado tem se dado pela via da compra de áreas. Desta forma, a política de assentamentos no Paraná (e em todo Brasil) tem se configurado em um grande negócio para os proprietários de terra.
A situação a nível federal também demonstra a paralisia da política de Reforma Agrária. Durante todo o ano de 2007 a proposta de atualização dos índices de produtividade (utilizados por técnicos do Incra na avaliação de uma área que pode ser desapropriada) não sofreu mudanças, já que o governo manteve na gaveta a proposta de alteração defendida pelos movimentos sociais como uma forma de acelerar o processo de Reforma Agrária. O ano de 2007 foi disparado, o pior ano em desapropriações de terra para a Reforma Agrária. Foram desapropriados apenas 204,5 mil hectares, este número representa um terço da média anual de 682,5 mil hectares do primeiro mandato (2003 – 2006). O montante de famílias assentadas em 2007 também ficou abaixo das expectativas do próprio governo que previa assentar 100 mil e assentou apenas 67 mil famílias.


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