quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Equador radicaliza a democracia


Após vitória esmagadora do “sim”
Equador radicaliza a democracia
por
Michelle Amaral da Silva
De acordo com Rafael Correa, o objetivo será dar mais voz aos pobres, às comunidades indígenas e às mulheres, assegurando que a elite econômica e política que sempre comandou o país tenha seu poder e sua influência reduzidos
30/09/2008

Vinicius Mansur,
de São Paulo (
Radioagência NP)


Correa comemora 'vitória esmagadora' em referendo


No referendo realizado no Equador, no último domingo (28), a proposta de formar uma Assembléia Constituinte para reescrever a Constituição ganhou o apoio de 78% dos eleitores, segundo resultados extra-oficiais, com mais de 90% dos votos apurados. O próximo passo agora será a convocação de uma nova eleição para escolher representantes para a assembléia, da qual se espera uma reforma profunda nas instituições políticas e no poder Judiciário do país.

De acordo com o presidente equatoriano Rafael Correa, o objetivo será dar mais voz aos pobres, às comunidades indígenas e às mulheres, assegurando que a elite econômica e política que sempre comandou o país tenha seu poder e sua influência reduzidos.

Os últimos dez anos foram de extrema instabilidade política no país: passaram por lá oito presidentes, sendo três destituídos do poder por multidões furiosas. Economicamente, o Equador também não anda bem, apesar de ser o maior produtor mundial de bananas, de ter vastas reservas de petróleo e um setor de turismo florescendo. A riqueza está concentrada nas mãos de poucas famílias e cerca de 40% da população vive abaixo da linha de pobreza. Uma das políticas anunciadas por Correa para combater a situação é a reestruturação do pagamento da dívida externa.

De acordo com a emissora inglesa BBC, este processo de radicalização da democracia tem desagradado a elite opositora e rondam boatos de que milhares de dólares estão sendo retirados do país rumo a contas bancárias no exterior.