sábado, 28 de janeiro de 2012

Nillo Biazzetto



Eu gostaria de ser, pelo privilégio que tive em conhecê-lo, uma grande escritora ou mesmo uma simples cronista para prestar uma homenagem à altura de Nillo Biazzetto, este gigantesco cidadão que ontem deixou nosso convívio.


É raríssimo, quase impossível, encontrarmos um homem tão digno como o Nilo. Um ser humano de tanto caráter, de tanta hombridade, inteligência e força que torna-se difícil escrever sobre ele sem omitir alguma qualidade.
Marido, pai, avô, desportista, cidadão exemplar. Um homem cuja aparência máscula abrigava uma ternura desmedida.
Desde muito jovem eu via o Nillo como uma fortaleza física e moral inexpugnável e sempre me surpreendia com a emoção brilhando em seus olhos em lágrimas contidas diante de vitórias, derrotas, alegrias e tristezas. Diante da Vida.
O Nillo Biazzetto foi um cidadão cuja consciência política é exemplo para todos os brasileiros que amam este país.

Confesso minha impotência verbal para escrever sobre o Nillo!

Não pude ir até a minha amada Arena da Baixada onde o corpo do Capitão Furacão foi velado.
Meu marido, que o amava e admirava, foi prestar-lhe sua última homenagem e foi dele, por telefone, que ouvi uma das melhores definições sobre este homem admirável:
- O Nillo veio ao mundo para servir.

Nédier
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Militante político
"Em 1946, aconteceu a segunda greve nacional
da categoria bancária. Foi nesta ocasião que o
Sindicato de Curitiba ganhou dimensões nacionais
e firmou poder perante o Governo. Fui
vice-presidente da entidade, na gestão de Aldo
Machado, e presidi a mobilização. Era muito
difícil fazer greve naquela época, éramos reprimidos
pelos militares e muitos amigos meus
foram presos.”
Nillo Biazzetto
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Esportista






Atlético campeão paranaense de 1949, com Nillo Biazzetto (segundo agachado da esquerda para direita): campanha de 11 vitórias em 12 jogos rendeu o apelido de Furacão.
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O apelido veio pela força do Rubro-Negro na conquista do Campeonato Paranaense de 1949, quando a equipe, que tinha Nillo como zagueiro e líder, alcançou a marca histórica de 11 vitórias em 12 partidas, com 49 gols a favor e apenas 19 contra. O recorde de 11 vitórias seguidas no Estadual só foi derrubado 59 anos depois, com o próprio Atlético em 2008.
Ironicamente, Nillo iniciou a carreira no Coritiba, em 1938, por ser o clube mais perto de sua casa. Um ano depois, chegava à Baixada para se tornar ídolo rubro-negro. Foram 12 anos vestindo a camisa atleticana. Mesmo fora do campo, Nillo sempre manteve vínculo com a Baixada. No triênio 2002-2003, o ex-jogador chegou a presidir do Conselho Deliberativo do Furacão.
Os colegas de Nill
o lamentaram a perda do Capitão Furacão - como passou a ser conhecido a partir de 1949.
"O Nillo era extraordinário. Era o capitão do Furacão e além de companheiro foi um grande amigo", lamentou o ex-atacante Jackson Nascimento, campeão paranaense com Nilo em 1949. Jackson também elogiou a inteligência e a autoconfiança do Nillo.
"...o nome dele nunca vai desaparecer da história."
"O Nillo era zagueiro firme, forte e os atacantes tinham dificuldade de passar por ele. Aprendi muito sobre futebol com ele", afirmou Waldomiro Galalau, por anos parceiro de zaga de Nillo no Atlético.

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O corpo do ídolo atleticano será velado na sala VIP da Arena da Baixada, das 22 horas desta sexta-feira às 16 horas de sábado. A cerimônia de cremação, no Crematório Pérpetuo Socorro, em Campo Largo, será restrita aos familiares."

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http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/campeonato-paranaense/conteudo.phtml?tl=1&id=1217413&tit=Morre-Nilo-Biazetto-capitao-do-time-que-deu-origem-ao-Furacao




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Fotos: no endereço acima.
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