quinta-feira, 13 de setembro de 2007

As feias que me perdoem...

Mas a beleza é fundamental !!
Senão o porquê de tanta paciência e de tanto riso quando a Tonica, cheia de leveza e graça desliga o meu telefone, desconecta o computador, entra nas gavetas que abrimos para pegar nossa roupa, entra no guarda-roupa, em qualquer armário, sobe nas prateleiras... Joga o estojo de minhas lentes de contato e fica brincando de rodá-lo com a sua patinha. Escala até o teto as paredes da sala que são revestidas de tecido. Balança-se nas cortinas do meu quarto. Entra todos os dias dentro de um cachepô de madeira jogando fora o arranjo de flores para ficar lá dentro toda encolhida.
Come diariamente uma parte do jornal que o Ode lê pela manhã na cama .
A lista dos estragos que faz todos os dias é grande e variada.

Não obedece NUNCA.

Se esconde e nos obriga a procurá-la pela casa, só dá sinal de vida - um miau queixoso - quando ouve minha voz.
Se enrola, se enrola até se acomodar nos lugares mais inusitados.
Adora dormir no colo do Ode, em cima de mim, na curva de minha cintura quando estou deitada de lado assistindo televisão, estou tão acostumada que nem sinto a sua presença. Se eu sento na minha cama para ler ou rezar ela se acomoda no meio das minhas pernas e dorme ronronando como a gatinha que é.

Ela estava para ser dada pra quem quisesse e minha filha foi buscá-la para mim, quando eu chorava sem parar porque o Zeca, meu poodle tinha fugido de casa (depois de dias e anúncios em jornal e rádio foi encontrado).
Até então nós nunca tínhamos convivido com um gato.
O Ode jamais permitiu, ele dizia que não suportava gatos e hoje reconhece que estava enganado. A primeira coisa que faz quando chega em casa do trabalho é perguntar por ela.

A Tonica alterou com a sua leveza, com sua beleza, com a sua não subserviência todo o clima de minha casa. Tudo ficou mais alegre e engraçado. Ela nos tornou mais tolerantes e bem-humorados:

- Não adianta brigar, ela não entende. - dizemos um para o outro..
- Não adianta mandar, ela não obedece...

- Coitadinha, ela não sabe que não pode subir na mesa e ficar cheirando os alimentos...
- Ela não pretende rasgar e comer o jornal. Ela só quer brincar e chamar nossa atenção.

- Ela adora brincar quando eu arrumo a cama - diz a Rosane, minha auxiliar - parece uma bolinha andando debaixo das cobertas . Demoro mais para arrumar o quarto mas me divirto.
- Ela é tão lindinha! - acrescenta sorridente.

Pois é.

Nédier

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