sábado, 1 de maio de 2010

CPT e Dom Tomás entregam denuncia contra ruralistas no Ministerio da Justiça



A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Conferação Nacional da Agriculura (CNA), deve estar indignada – na verdade, morrendo de inveja – do bispo Dom Tomás Balduíno, da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Kátia Abreu foi ao Ministério da Justiça entregar um “dossiê” bombástico com denúncias contra os movimentos sociais do campo, com foco no MST, no dia 13 de abril.
O tal dossiê da CNA não apresentava nada com credibilidade maior que as declarações de ódio dos ruralistas aos trabalhadores rurais sem-terra (clique
aqui e veja os documentos).






Uma senadora da República, proprietária de pelo menos 2.500 hectares de terras, líder da maior entidade de classe do agronegócio do país e pretensa candidata a vice-presidente foi obrigada a protocolar no guichê do Ministério da Justiça o seu dossiê…
Kátia Abreu (na foto) não foi recebida por nenhuma autoridade.
Que absurdo!
Circula até um
vídeo na internet sobre esse episódio, que foi uma falta de respeito com uma pessoa tão importante para o país… (indicação do leitor Carlos Cândido)
Na tarde desta quinta-feira, o bispo Dom Tomás Balduíno (à direita na foto), da CPT, foi ao mesmo Ministério da Justiça.



Tomás levou contigo dirigentes dos movimentos sociais do campo (aqueles que invadem terras, ameaçam a propriedade privada e desrespeitam o agronegócio)
Na atividade, foram recebidos pelo ministro Luiz Paulo Barreto (à esquerda na foto).
Só faltava essa!
Dom Tomás entregou ao ministro – em maõs – os 25 relatórios anuais Conflitos no Campo Brasil, publicados pela CPT desde 1985.
Entre 1985 e 2009, 63 pessoas foram assassinadas pelos ruralistas ano a ano (em média), de acordo com dados da CPT.
Os números da comissão “sobre conflitos no campo são realizadas há 25 anos e servem de referência para estudos no Brasil e no exterior” (palavras do
jornal da oligarquia rural, O Estado de S. Paulo).
Barreto recebeu também um documento com os casos de assassinatos e julgamentos entre os anos de 1985 e 2009 e uma lista com os casos de agentes de pastoral e dos movimentos sociais perseguidos e ameaçados em todo o país.
E o ministro se manifestou.
Barreto reconheceu que continua a violência do latifúndio contra os trabalhadores rurais.
“Precisamos avançar na punição dos culpados”, disse Barreto. Para ele, é preciso combater principalmente os casos de pistolagem. “Crime de encomenda é covardia!”, sentenciou.
Dom Tomás, fique esperto e muito cuidado com o olho gordo da Kátia Abreu.
Foto 1: Wenderson AraújoFoto 2: Isaac Amorim/ACS/MJ



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