sábado, 9 de maio de 2009

Para os meus filhos: Fabrício, Ana Paula e Ricardo

Eu falo da vida ...

Lya Luft

in “ O Rio do meio ”

“Traz dentro de si uma nova pessoa :
sabe que não é mais a mesma, nada é como antes .
Tonta dessa nova sensação, quer ser forte como um exército para defender a criaturinha, plena de amores para a cercar, mas vai descobrir que este novo destino não lhe pertence .

A cada gravidez esse impacto será como o primeiro, sempre novo .
A maternidade, contraditória como tudo o mais, é a um só tempo plenitude e privação, orgulho e insegurança.
Junto com o filho gestamos dúvidas :
dar a vida será dar a essa criança sua individualidade, suas derrotas e conquistas. E muito pouco disso poderemos vigiar .
Cada filho rasga em nosso flanco uma ferida por onde entram dores e alegrias, e não seremos mais donas de nós.
Mesmo quando esse bebê já for uma mulher serena ou um sólido homem com sua própria família e sua profissão, continuaremos - ainda que disfarçando - atentas, aprendendo que amar é tantas vezes um mergulho cego .”